Os dois pedidos
By Cláudio

Os dois pedidos

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Os dois pedidos

O menino não ainda não tinha 10 anos. Seus cabelos claros cobriam-lhe a testa displicentemente. Seus olhos tinham uma expressão de viva curiosidade.
 
Aproximou-se da mãe e, sem cerimônia, questionou-a:
 
– Mamãe, o que você quer que eu seja quando crescer?
 
A mãe deixou os afazeres de lado e olhou demoradamente o pequeno.
 
– Por que a pergunta, meu bem? – devolveu o questionamento ao filho.
 
– Ah, mamãe! – disse suspirando – Hoje, na escola, meu amigo me disse que ele vai ser médico porque seu avô é médico e seu pai também. Então, fiquei pensando nisso. O que você e o papai querem que eu seja?
 
O rostinho do menino tinha um traço de apreensão.
 
– Meu querido – disse ela abraçando o garoto – Eu tenho apenas dois pedidos para lhe fazer. Quero que você seja correto e que seja feliz.
 
Beijou suavemente a testa do filho que, insatisfeito com a resposta, afastou-se para poder fitar a mãe diretamente.
 
– Não, mamãe! Qual profissão você quer que eu tenha quando crescer? – voltou à tona achando que não havia sido compreendido.
 
– A escolha da sua profissão, meu filho, cabe apenas a você. Isso não me compete, tampouco me causa maiores preocupações. O que eu quero de você é outra coisa. Ou melhor, como eu lhe disse, tenho apenas dois pedidos a lhe fazer. Vou repeti-los e explicá-los.
 
E continuando:
 
– Quero que você seja correto. Isso significa que espero que você escolha o caminho do bem sempre, mesmo que ele seja mais longo ou mais difícil. Que pense nas consequências dos seus atos, para você e também para os outros. Que não tema a verdade, nem a justiça. Ao contrário, que as busque sempre com serenidade e persistência.
 
Acrescentou ainda:
 
– O segundo pedido, que é tão importante quanto o primeiro, é que você seja feliz. Isso quer dizer que espero que, apesar das dificuldades da vida, você tenha sempre confiança em Deus. Que acredite na justiça divina e que jamais se entregue ao sofrimento. Que você tenha o coração cheio de amor e de coragem para seguir em frente, sempre.
 
A mãe acariciou o menino, afagando-lhe os cabelos com doçura e concluiu:
 
– Para mim, meu filho, o que interessa é como você vai ser e não o título que vai carregar.
  
 
Autor: Equipe de redação do “Momento Espírita”
Contribuição: Roberta Sato

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  • 29/03/2025