Outro jogo dos sete

Outro jogo dos sete erros

Na edição anterior, fizemos uma reflexão sobre os sete erros mais comuns que a família codependente comete quando da internação do seu dependente em uma fazenda de recuperação. Neste espaço iremos refletir sobre mais sete erros, não dos familiares, mas sim dos dependentes químicos em recuperação. São por causa deles que muitos recuperandos terão que amargar a experiência da recaída por várias vezes:

Erro n: 01 – subestimar sua doença: o dependente ao internar, após os primeiros dias de tratamento, normalmente sente uma melhora física considerável. Ele costuma sentir um bem estar por volta de 30 dias. Desta maneira é comum ter a crença que já está bom e que ele tem que retornar para a família, afinal, não quer gerar mais despesas para a mesma e que ele precisa voltar a trabalhar e sustentar sua família. Após longos anos de sofrimento e de perdas sucessivas por causa do álcool e das outras drogas, ele ainda não entendeu que é portador de uma doença grave que, se não for tratada de maneira adequada poderá mata-lo;

Erro n: 02 – Entender a internação como férias: alguns residentes de Comunidades Terapêuticas considera o período de internação como se fosse umas férias. Fica na comunidade como se estivesse num hotel ou pousada, exigindo conforto e atendimento personalizado. Envolve-se pouco no processo e não vê a hora de voltar para casa;

Erro n: 03 – Olha o processo do outro e não o seu: a melhor maneira de não fazer o seu processo de tratamento é ficar olhando o processo do outro;

Erro n: 04 –  Manipular a família exigindo muita coisa dela: acredita que esta fazendo um favor à família por ter internado. Desta maneira a família é “obrigada” a satisfazer todas as suas necessidades e desejos. Alguns chegam a ameaçar os familiares de sair da fazenda se não fizeram seus caprichos;

Erro n: 05 – Deixar ser dominado pela preguiça: com a desculpa de que não vai trabalhar de graça pro padre, o residente deixa ser dominado por este defeito de caráter adquirido ao longo da sua adicção. Só trabalha sobre supervisão e mesmo assim reclamando de tudo e de todos;

Erro n: 06 – Negligenciar os estudos e a leitura: ao invés de aproveitar o tempo disponível com boas leituras e estudos para entender sua doença e o seu tratamento, fica perdendo tempo com conversas fúteis e dormindo sem necessidade durante o dia;

Erro n: 07 – Desprezar a busca espiritual: com seu orgulho e prepotência, desvaloriza todo um trabalho espiritual oferecido pela comunidade. Não deixa Deus entrar no seu coração.

Vários outros erros são cometidos por um dependente químico em recuperação. Por causa de todos eles que muitos terão que internar mais vezes para conseguirem se estabilizar longe da dependência química. Fica aí o alerta. Bom tratamento a todos

Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico