Coragem de ser imperfeito– Parte 10
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Capítulo 04 – arsenal contra a vulnerabilidade II
No mês passado escrevemos sobre os arsenais “o escudo da alegria como mau presságio” e o “escudo do perfeccionismo” contra a vulnerabilidade. Neste mês iremos refletir sobre os seguintes escudos:
3º) O Escudo Vítima e Viking (herói):
- Vítima – é aquele que transfere a responsabilidade de sua vida para os outros. Assim, ele não precisa de assumir sua vulnerabilidade. O vitimista se acha perfeito e que seus fracassos foram decorrentes dos abusos sofridos pelos outros.
- Viking ou herói – É aquele que se esconde no lugar do forte, do controlador e do herói. Sua vulnerabilidade fica nas profundezas da sua alma. Seu discurso rude, sua agressividade e sua impulsividade mascara sua fragilidade emocional.
Tanto o dependente químico como os codependentes, utilizam muito estes escudos como uma tentativa de não encararem suas realidades, ou seja, suas vulnerabilidades.
Estes escudos são retroalimentados pelo medo de perder suas relações afetivas e pela escassez de passar por privações materiais e emocionais.
O que é importante ressaltar que, enquanto a pessoa não abandonar estes lugares de vitimas e de heróis é impossível a recuperação. Estes escudos impedem ou dificultam o processo de autoconhecimento, fundamental para a efetivação de um tratamento pautado em mudanças significativas na nossa vida.
VIVER COM OUSADIA:
1) Redefinir o sucesso: O sucesso é ser feliz.
2) Restituir a vulnerabilidade: Aceitá-la dói menos
3) Buscar apoio: O vínculo afetivo pode curar suas dores. O vínculo profissional pode ajudar na superação dos traumas.
Passos para ajudar na superação dos traumas:
- 1º – Admitir o problema: é aceitar sua condição de vulnerabilidade. No linguajar da psicanálise, sua condição de faltante.
- 2º – Buscar ajuda especializada: Não adianta buscar ajuda com quem nada entende do problema. A ajuda especializada pode te ajudar muito neste processo.
- 3º – Superar a vergonha do segredo: o outro também está fazendo o mesmo
- 4º – Assumir diariamente sua vulnerabilidade: Assim, estará sempre com a mente aberta para aprender coisas novas trazendo como consequências uma vida plena e feliz, lembrando sempre que “quem não cresce, padece”
Na próxima edição, vamos continuar escrevendo sobre o capítulo quatro. Iremos refletir sobre o escudo do entorpecimento, ou seja, da intoxicação química e, ou, emocional. Assim como os outros escudos, este tenta esconder nossas vulnerabilidades de maneira assustadora, destruindo nossa vida e de nossos familiares em todos os sentidos. Você não pode perder este texto. Espero vocês no mês de fevereiro.
Adaptação de Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico
Indicação de leitura: Livro: A CORAGEM DE SER IMPERFEITO – Brené Brown – Editora Sextante