Santo de casa não faz milagres
Santo de casa não faz milagres
Este ditado provavelmente surgiu no tempo de Jesus Cristo. Tem uma passagem bíblica que relata:
1 – E, PARTINDO dali, chegou à sua pátria, e os seus discípulos o seguiram.
2 E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe vêm estas coisas? e que sabedoria é esta que lhe foi dada? e como se fazem tais maravilhas por suas mãos?
3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.
4 E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa.
5 E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos.
6 E estava admirado da incredulidade deles. E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando.
(Mc 6, 1-6)
Com outras palavras, Jesus parece dizer que quando conhecemos uma pessoa na sua intimidade passamos a conhecer também seus defeitos e limitações. Sabendo das suas fragilidades não acreditamos no seu poder de transformação e de cura. Isto fica claro no questionamento citado neste trecho bíblico: “não é este o carpinteiro, filho de Maria…”. De alguma maneira até hoje nós fazemos isto. É muito comum desprezarmos nossos parentes por conhecermos suas fraquezas e valorizarmos os outros mais distantes. Exemplo clássico disto são os pais sempre acharem que os filhos dos outros são melhores do que os deles e os filhos sempre acharem que os pais dos seus amigos que são legais.
Portanto, apesar deste ditado “santo de casa não faz milagre” ter até mesmo fundamentação bíblica é importante ressaltar que valorizar os nossos entes queridos é essencial para que possamos viver melhor e mais feliz.
Cláudio Martins – psicólogo clínico – Especialista em DQ e CODE