A coragem de ser imperfeito – Parte 07
A coragem de ser imperfeito – Parte 07
Capítulo 03 – Compreendendo e combatendo a vergonha II
VULNERABILIDADE E VERGONHA:
A autora afirma que a vergonha se alimenta do silêncio. Assim, a palavra tem o poder de destruir a vergonha. Somente quando temos a coragem suficiente para explorar a escuridão, descobriremos o poder infinito da nossa luz.
Desta maneira, faz-se necessário superar a vergonha para aceitarmos a nossa vulnerabilidade. De maneira objetiva ela define a vergonha como:
VERGONHA = O QUE OS OUTROS PENSAM DE MIM?
Desde a nossa primeira infância nos preocupamos com a opinião dos outros. Precisamos dela para nos sentirmos amados pelo outro. Quando esta necessidade não é suprida nesta época, passamos os restos das nossas vidas esperando dos outros esta aprovação. É exatamente isto a vergonha: o medo de não ser aceito pelo outro.
Quanto menos falamos das nossas vergonhas, mais elas crescem dentro de nós. O segredo para superar então este desafio está na ousadia de compartilhar este medo com os outros. Não qualquer “outro”, mas sim, aquele que está preparado para nos ouvir.
Se não fizermos isto, a autora é categórica: “A vergonha controla nossas vidas quando transferimos nossa autoestima para: “O que os outros vão pensar sobre mim?”
Antidoto para a vergonha:
- “SOMOS MAIS DO QUE NOSSAS OBRAS, SOMOS VULNERÁVEIS”
- Quando isto acontece, superamos a vergonha, o medo, a insegurança e nos tornamos mais plenos
- A autovalorização: Quando assumimos nossas vulnerabilidades e compartilhamos elas com pessoas e grupos de confiança, sentimos aceitos e valorizados.
- Para viver com ousadia, precisamos da autovalorização
A vergonha se manifesta no silêncio da timidez. O tímido não assume sua vulnerabilidade. Ele tenta escondê-la. Ao não se expor, ele é dominado pela vergonha e não consegue desenvolver todo o seu potencial. Ele precisa ousar e começar a falar sobre ela, afinal, a “Palavra destrói a vergonha”.
Descomplicando a vergonha:
- Culpa: eu fiz uma coisa má – afeta a minha autoconfiança – Assumimos no erro e tentamos nos desculpar.
- Vergonha: eu sou uma pessoa má – afeta a minha autoestima – Tentamos nos proteger nas justificativas e na transferência da culpa para terceiros.
A autora aqui diferencia a culpa da vergonha. Enquanto a primeira destrói a nossa autoconfiança, a segunda destrói a nossa autoestima. Por causa da vergonha, nós fugimos nos vícios, nas compulsões e no isolamento social
- Humilhação: o outro me ofende, mas o problema é do outro – A pessoa que se sente com frequência a humilhação transfere para o outro a responsabilidade deste fato. Na maioria das vezes, a causa disto é sua dificuldade de aceitar a sua própria vulnerabilidade, gerando assim o sentimento de vergonha.
- Constrangimento: É passageiro e pontual – Acontece em um momento específico com facilidade de superação.
- Vergonha: Eu absorvo a humilhação e o constrangimento para mim. Eu dou razão para o outro e me sinto um fracassado.
Na próxima edição, vamos refletir sobre o que fazer com a vergonha. Você não pode perder este texto. Espero vocês mês em novembro.
Adaptação de Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico
Indicação de leitura: Livro: A CORAGEM DE SER IMPERFEITO – Brené Brown – Editora Sextante