Poesia – Cocaína, o cheiro da morte
By Cláudio

Poesia – Cocaína, o cheiro da morte

Compartilhe

Poesia – Cocaína, o cheiro da morte

Um pó, um pino

O sino tocando no cérebro

Mente acelerada, energia sem fim

Noites sem dormir

Meu semblante triste,

Meu espelho condena

E numa cena infeliz

Algo me diz que minha vida se esvai

Mais um “tiro” me mata

Preciso ir embora daqui

Mas como sair assim

E se a polícia vier…

Como chegar na minha casa com os olhos vidrados

Como encarar meus pais, minha esposa, meus filhos…

Mais uma dose para passar esta dor…dor de existir…

Ou de não existir…

Não importa a forma,

Cheirada, de pico ou fumada

Devastação, destruição e morte

Morte em vida

Morte de sonhos

Morte das finanças

Morte da esperança

Não sei se é sorte

Mas vivo apesar de tudo

Um “lazer” que me consome

Que some o meu eu

e… na cheirada do pó eu sinto…o cheiro da morte.

Tento parar, mas não consigo

Com promessas quebradas eu sigo…

Me arrastando pelos dias,

Mais uma mentira, mais confusões,

Corações partidos, perdidos, destruídos

O meu disparado, dos outros sofrido

Destino insano

Mais um ano se foi

E eu indo para o abismo

Eu grito

Peço socorro…. preciso de ajuda

Mãos se estendem, abraços acontecem

Me sinto acolhido entre os meus

Não me sinto sozinho mais,

Uma nova aurora aparece

E me aquece o coração

E nas partilhas eu me encontro

No encontro com o outro

Meus olhos brilham, a alegria volta

Um sopro de vida atinge a minha alma

Me acalma e me consola

E volto a viver…sem o cheiro da morte

E começo a sentir…o perfume da vida

Cláudio M. Nogueira – Psicólogo clínico – Especialista em DQ e CODE

  • No Comments
  • 11/11/2024
× Como posso te ajudar?