A coragem de ser imperfeito – Parte 05
A coragem de ser imperfeito – Parte 05
Capítulo 02 – Derrubando os mitos da vulnerabilidade
- MITO 04 – “Eu me garanto sozinho”:
A jornada em aceitar a nossa vulnerabilidade não foi feita para se percorrer sozinho. Nós precisamos de apoio, de alguém que possa nos ouvir, nos compreender e não nos julgar. Sozinhos não conseguiremos aceitar a nossa vulnerabilidade.
Desta forma, nós precisamos aprender a pedir ajuda e para isto precisamos romper nossa vergonha de sermos vulneráveis. Ao fazermos isto acontece um fenômeno incrível a nível psíquico: Vulnerabilidade gera Vulnerabilidade e vínculos profundos de afetividade são construídos na relação com os outros. Ao contrário, Quando eu nego minha vulnerabilidade eu impeço de conhecer a mim mesmo e do outro também me conhecer, além de perder a oportunidade de conhecer o outro na sua vulnerabilidade.
Este ambiente de acolhida das vulnerabilidades nos grupos de apoio e terapêuticos, bem como na própria psicoterapia, proporciona um sentimento de empatia, de confiança mútua e de aceitação do outro e também da minha própria aceitação de mim mesmo. O sentimento de que “Quem me ama estará do meu lado mesmo com minhas vulnerabilidades.”
Eu preciso do outro não só para eu aceitar minha própria vulnerabilidade, mas também para construir um processo de autoconhecimento que vai me levar à sobriedade e a serenidade.
VULNERABILIDADE E VERGONHA:
Ao me despir diante de uma pessoa ou grupo preparado para me ouvir, começo a superar minha vergonha de ser vulnerável, afinal, a vergonha se alimenta do silêncio. A palavra destrói a vergonha. “Somente quando temos coragem suficiente para explorar a escuridão, descobriremos o poder infinito da nossa luz”
Portanto, é necessário superar a vergonha para aceitarmos a nossa vulnerabilidade. O pano de fundo da vergonha é: O QUE OS OUTROS PENSAM DE MIM?
O medo de sermos julgados e não sermos amados pelo outro nos empurra para o silêncio absoluto de nossas dores. Para anestesiar estas dores vamos atrás de máscaras (drogas, jogos, sexo, comida, etc…) tentando assim esconder nossas vulnerabilidades.
O problema é que “Quanto menos falamos das nossas vergonhas, mais elas crescem dentro de nós.”
Só conseguiremos sair deste “engodo” quando tivermos a ousadia de compartilhar estas dores e vulnerabilidades com os outros. Assim, não exagero dizer que
“A vergonha controla nossas vidas quando transferimos nossa autoestima para o que os outros vão pensar sobre mim?”
Na próxima edição, vamos refletir mais sobre a vergonha e como tomar o “antídoto” contra ela. Você não pode perder este texto. Espero vocês mês em setembro.
Adaptação de Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico
Indicação de leitura: Livro: A CORAGEM DE SER IMPERFEITO – Brené Brown – Editora Sextante