A ilha da fantasia

A ilha da fantasia

Um seriado antigo com o nome de “A Ilha da Fantasia” nos convida a fazer uma reflexão profunda sobre a nossa vida. Cada episódio da série mostrava uma pessoa, um casal ou até mesmo uma família inteira chegando nesta ilha com o objetivo de viver suas fantasias. Um mordomo alto e um anão recebiam os convidados com toda a pompa e logo começava a realização dos sonhos dos hóspedes. Assim, o roteiro era dinâmico como as fantasias. A situação era tão real que a sensação de todos é que estava realmente acontecendo tudo aquilo. Por exemplo, se alguém tinha a fantasia de ganhar sozinho um prêmio da loteria, tudo era providenciado como se realmente tivesse acontecendo, até mesmo o pagamento em dinheiro do total do prêmio. Infelizmente, como toda fantasia, um dia ela acaba e a realidade se apresenta de forma muitas vezes cruel.

Traçando um paralelo com a nossa vida, todos nós de alguma maneira criamos uma “ilha da fantasia” particular. Sejam os noivos que estão casando fantasiando um “outro” idealizado, seja os projetos de como gastar o dinheiro do prêmio acumulado da mega-sena se ganhar, seja no usuário ou dependente de drogas que encontra nestas substâncias a fantasia de resolver suas angústias e mal estar.

Assim como no filme, as fantasias muitas vezes se tornam verdadeiras tragédias emocionais, ou seja, a fantasia dos noivos é frustrada com a rispidez da realidade, o prêmio da mega sena não vem e as drogas não resolvem suas angústias, pelo contrário, quando passa o efeito vem à ressaca moral e física, agravando ainda mais a situação.

Neste sentido é fundamental que o homem destrua estas “ilhas de fantasias” que ele constrói. Colocar o pé na realidade e enfrentar os desafios que a vida lhe oferece. Somente assim será possível construir sua vida com dignidade e com sucesso.

Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico