Aspectos psicológicos dos vícios
By Cláudio

Aspectos psicológicos dos vícios

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Aspectos psicológicos dos vícios

Os vícios, sob a perspectiva da psicologia e das neurociências, são padrões de comportamento compulsivos que impactam negativamente a vida de uma pessoa. Eles envolvem a repetição de uma atividade que, apesar de proporcionar prazer momentâneo, leva a consequências prejudiciais a longo prazo.

No cérebro, os vícios estão intimamente ligados ao sistema de recompensas, onde substâncias químicas como a dopamina são liberadas, criando uma sensação de euforia que o indivíduo constantemente busca repetir.

O sistema de recompensas é uma parte crucial do funcionamento cerebral, responsável por nos motivar a repetir comportamentos que promovem a sobrevivência e o bem-estar. No entanto, quando esse sistema é constantemente ativado por substâncias ou comportamentos viciantes, ele pode ser “hackeado”, levando à dependência.

Para quebrar esse ciclo, é fundamental substituir hábitos prejudiciais por hábitos saudáveis. Atividades como exercícios físicos, meditação e a prática de hobbies podem ativar o sistema de recompensas de maneira positiva, ajudando a reconfigurar o cérebro para buscar satisfação em comportamentos que promovem a saúde.

Além disso, encontrar um propósito claro na vida é essencial para combater os vícios. Quando temos objetivos e um sentido de direção, é mais fácil resistir às tentações momentâneas que levam à dependência.

O propósito atua como uma âncora, mantendo-nos focados e comprometidos com nossas metas a longo prazo. Portanto, integrar práticas de autocuidado, desenvolver hábitos saudáveis e buscar um propósito significativo são passos fundamentais para superar os vícios e viver uma vida plena e equilibrada.

Haroldo Dutra.

Meu comentário:

Neste texto é possível perceber que a dependência química não é apenas química. Fatores psicológicos como traumas ao longo da vida, transtornos mentais, famílias disfuncionais e uma sociedade materialista e hedonista, que estimula a todo o tempo o prazer imediato em detrimento dos valores éticos e morais, vão afetar o comportamento do sujeito, podendo leva-lo a buscar o prazer instantâneo do álcool e das outras drogas.

Portanto, o tratamento do dependente químico e dos seus familiares não deve estar pautado apenas nos recursos farmacológicos. Levar em consideração os outros fatores como a família, a comunidade, a espiritualidade, o lazer e a socialização do sujeito é fundamental para o sucesso do mesmo.

Na minha experiência de 34 anos atendendo dependentes químicos e familiares, foi possível perceber que uma das coisas mais preciosas que eles perdem é a capacidade de desenvolverem um projeto de vida por falta de um propósito. Um ser sem um sonho já está morto. As dependências e a codependência mata o sujeito neste sentido, trazendo como consequências negativas como a depressão, a ansiedade, o medo, a tristeza, as mágoas, os ressentimentos, a raiva, a agressividade e a falência física, podendo levar à morte de se não forem tratadas de maneira adequada.

Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico – Especialista em dq e codependência.

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  • 28/08/2024
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