A coragem de ser imperfeito – Parte 04
Capítulo 02 – Derrubando os mitos da vulnerabilidade
Mito n:02 – Vulnerabilidade não é comigo:
Quando éramos crianças, pensávamos que ao crescer, não seriamos mais vulneráveis. Porém, o paradoxo é que crescer é aceitar nossa vulnerabilidade. A vulnerabilidade é a essência do estar vivo.
Meu comentário:
Assim, a pessoa adulta, madura e experiente é exatamente aquela que aceita sua condição de vulnerabilidade. A eterna criança imatura é aquela que recusa a sua vulnerabilidade e se revolta com ela em si mesmo e nos outros. Além disto, a eterna criança coloca molduras para tentar esconder sua vulnerabilidade. Exemplo clássico disto é busca de culpados, uma maneira muito eficaz para fugir da nossa responsabilidade.
As pessoas mais irritadas, nervosas, impulsivas e mau humorada são exatamente aquelas que tentam esconder sua condição de vulnerável. São exigentes consigo mesmo e possuem muitas dificuldades de aceitar e perdoar as falhas dos outros, afinal, vulnerabilidade não é com elas.
“A vulnerabilidade não é uma escolha, como reagimos a ela é”
Mito n:03 – Vulnerabilidade é expor totalmente a minha vida: A vulnerabilidade se baseia na reciprocidade e requer confiança mútua e limites de acordo com a pessoa ou público.
A vulnerabilidade não é superexposição. Ela é o compartilhamento dos sentimentos e experiências com pessoas e grupos de confiança. Este compartilhar cria vínculos afetivos muito fortes entre as pessoas envolvidas, aumentando mais ainda a confiança mútua.
A exposição sem critérios não é vulnerabilidade, pelo contrário, é sinal de falência da própria vulnerabilidade. Este é um mecanismo de manipulação, de carência afetiva e normalmente vem acompanhada de vitimismo.
Para se construir relações saudáveis são necessários evitar:
- Falta de compromisso
- Mentiras
- Usar a vulnerabilidade do outro contra ele
- Omissão de defesa.
- Traições – grandes e visíveis / pequenas e invisíveis
“A confiança é um produto da vulnerabilidade que cresce junto com a relação.
Meu comentário:
A pessoa que o tempo inteiro expõe suas vulnerabilidades são aquelas que querem chamar a atenção de todos. Com seu discurso vitimista e de derrotas, ela manipula as pessoas ao ser arredor para conseguir o que querem. Agindo desta maneira, ela não esta sendo vulnerável, mas sim, de forma egoísta, trabalha para que todos te sirvam.
A vulnerabilidade exige critérios como um ambiente seguro, que as pessoas transmitam segurança e empatia. Por causa disto que, precisamos buscar ajudas especializadas, seja com profissionais ou grupos de ajuda mútua.
Assumir nossa vulnerabilidade com pessoas da nossa confiança, aumenta ainda mais a nossa afetividade com elas e nos aproxima muito destas pessoas. Vale a pena tentar.
Na próxima edição, vamos refletir sobre o quarto mito: “Eu me garanto sozinho”. Você não pode perder este texto.
Adaptação de Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico
Indicação de leitura: A CORAGEM DE SER IMPERFEITO – Brené Brown – Editora Sextante