Filho de peixe peixinho é
By Cláudio

Filho de peixe peixinho é

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Filho de peixe peixinho é

Este ditado é muito utilizado no sentido de que determinada pessoa apresenta um comportamento específico devido aos seus antepassados. A “culpa” esta na cultura da família. “fulano é assim por causa do pai dele” ou “ele não presta porque o pai dele é um ladrão”, etc.

Mesmo os peixes, com certeza, apesar de ser também peixinhos, devem possuir características e comportamentos diferentes dos seus pais. Imagine o ser humano, sujeito capaz de refletir sobre seus atos, aprender com seus erros e com suas experiências de vida.

Além disto, cada indivíduo faz suas próprias escolhas, independente da sua herança genética e cultural. O livre arbítrio de tomar suas próprias decisões muitas vezes vai contra toda a tradição familiar. Não raro um filho começa a usar drogas, a cometer atos ilícitos dentro de uma família honrada e trabalhadora.

A complexidade do humano é tão intensa que cada sujeito lida com uma mesma realidade de maneira diferenciada. Por exemplo, um garoto criado num ambiente regado a bebida pode recusar fazer o seu uso devido as decepções que ele acumulou ao conviver com tantas pessoas alcoolizadas. Já outro garoto pode ser levado por este vício e se tornar um alcoólico.

Tudo isto, porém, não menospreza a importância de uma estrutura familiar pautada nas necessidades básicas de um ser humano, bem como da cultura familiar pautada na formação religiosa e do caráter honrado e digno. O que estamos chamando a atenção que em se tratando do humano não existe uma ciência exata. A relação causa e efeito não é tão simples como na natureza. Outras variáveis como o ambiente familiar, o social, o cultural, o trabalho, a escola, a mídia e a internet vão de maneira direta afetar nossa personalidade, sem contar com nossas próprias escolhas que são motivadas pela nossa capacidade cognitiva e por nossa vontade.

Afirmar então que “filho de peixe peixinho é” não deixa de ser um equívoco e uma postura preconceituosa de quem esta dizendo isto.

Cláudio Martins – psicólogo clínico

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  • 26/06/2024
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