O medo e a dependência

O medo e a dependência

Qual a relação entre o medo e a dependência?

A origem do medo é a dependência física, emocional, financeira e, ou social do outro. Se eu preciso do outro, eu passo a ter medo do abandono. Isto explica o motivo da criança ter medo. Ela precisa de proteção de um adulto.

O adulto que é dominado pelo medo excessivo e patológico ainda está preso numa ou várias destas dependências.

A codependência tem como “pano de fundo” o medo de perder o dependente químico para a droga. O que seria dele sem o seu dependente para cuidar? Como conviver com esta falta e com esta culpa de não conseguir “salvar” seu ente querido?

O medo na codependência retroalimenta uma relação doentia com o dependente. Como medo de perder, ele acaba perdendo o outro e a si mesmo.

A despersonalização destes sujeitos neste processo de adoecimento psíquico é tamanha que eles não se veem existindo sem o outro.

Portanto, sair da codependência e das dependências implica num processo de autonomia e libertação. O primeiro passo para se fazer isto é o autocuidado. Através dele, passamos a proporcionar um ‘desligamento’ emocional e físico do outro, permitindo assim a este outro fazer o mesmo.

Fazendo isto, um filho quando sai de casa, não será o fim do mundo para os pais autônomos e nem para eles próprios.

O mesmo acontece numa relação conjugal que chega ao término, se são dois adultos autônomos não haverá sofrimento. Se tem dor e medo é porque estamos diante de uma infantilização dos adultos envolvidos.

Se buscamos a nossa autonomia, nós saímos da codependência e da dependência, afastando assim o medo patológico.

Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico – Especialista em DQ e CODE