A “muleta” da droga
By Cláudio

A “muleta” da droga

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A “muleta” da droga

Ao longo da vida todos nós teremos que passar por bons e maus momentos. Desde o nascimento até o último suspiro, iremos passar por experiências difíceis onde teremos a oportunidade de crescermos como seres humanos. Enfrentar estes desafios de maneira consciente é a melhor maneira de amadurecermos para a vida.

Infelizmente, muitas pessoas encontram no meio deste caminho uma maneira de fugir, de se esconder e de adiar uma decisão que precisa ser tomada de maneira que ela passe a ser apenas uma recordação do passado.

Alguns fogem desta realidade na diversão, outros se escondem no trabalho excessivo, no jogo, no sexo promíscuo, numa relação conturbada, no ciúme e na obsessão. E vários elegem as drogas como as principais muletas para tentar levar a vida. O famoso “empurrar com a barriga”, procrastinando todas as decisões e não dando fim a nenhuma tarefa produtiva.

Especialmente na adolescência e na juventude este fato acontece com muita frequência. O uso da droga vem tamponar esta angústia de existir. Ela de alguma maneira anestesia esta dor da alma, fazendo com que o dependente vai levando a vida sem nenhum projeto, sonho ou realizações. Sua vida se resume à próxima festa, à próxima garota, à próxima dose que ao longo do uso vai dominando o sujeito de tal maneira que a “muleta” que tanto o ajudou no início nos momentos difíceis agora já começa a substituir as pernas. O dependente não consegue mais fazer nada sem as suas muletas. Ela se tornou imprescindível para o seu caminhar. Com suas pernas frágeis e debilitadas, o dependente químico vai se prostrar diante da droga. A “muleta” virou um “chicote” que vai açoitá-lo de tal maneira que ele não consegue mais se levantar.

O fundo da foça é inevitável. O sofrimento físico e psíquico insuportável. O sentimento de frustração e derrota o conduz a um quadro profundo de depressão que as muletas ao longo da não serão capazes de apoiar. Um verdadeiro caos pessoal e social.

É neste contexto que a grande maioria dos dependentes procura ajuda. Mesmo com todas as resistências e negação ele não tem outra saída. Do contrário é a progressão da doença até a morte.

Surge então a “muleta do tratamento” onde através da psicoterapia, da medicação, dos grupos de apoio, das fazendas de recuperação e da espiritualidade o dependente e sua família serão capazes de se libertarem desta “muleta” da droga e alcançarem a tão sonhada liberdade.

Cláudio Martins Nogueira – psicólogo clínico

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  • 04/10/2025