Baú aberto não protege o tesouro
Baú aberto não protege o tesouro
Tive acesso a este ditado popular recentemente e achei ele muito sugestivo e rico em sabedoria. Muitas pessoas são verdadeiros livros abertos para todas as pessoas. Compartilham seus sonhos, suas decepções e frustrações com todos ao seu arredor. De maneira equivocada, busca ajuda e orientação com pessoas estranhas e talvez até mais problemáticas com elas. “atiram para todo lado” e não conseguem resolver seus problemas, sejam eles emocionais, físicos ou financeiros.
Certa vez vi um neurocientista dizendo que jamais deveríamos compartilhar nossos projetos de vida e nossos sonhos com estranhos e com familiares. Estranhos tem sentido pois os mesmos não tem nada a ver com a nossa história e com a nossa vida. O que causou surpresa foi não dividir isto com os nossos familiares. Continuei escutando sua linha de raciocínio e ao final tive que dar a razão para ele.
Sua argumentação era que os nossos familiares são as pessoas que mais nos amam e nos querem bem. Eles não querem ver a gente sofrendo. Desta maneira, a tendência deles é nos proteger dos perigos do mundo. Sonhar e construir projetos de vida é sair da zona de conforto e se aventurar no jogo da vida, ou seja, é correr riscos. A tendência deles então é criar obstáculos e desmotivar a gente a buscar a realização dos mesmos. Quanto aos problemas, nossos amados familiares estão envolvidos emocionalmente com a gente e assim não possuem isenções necessárias para uma orientação mais adequada. Na maioria das vezes, eles não estão preparados para escutar nossas lamúrias e dificuldades.
Assim, os tesouros devem ser guardados a sete chaves no nosso baú. Abri-lo somente para amigos e profissionais, ou seja, pessoas de confiança que possuem experiência e preparo para nos ajudar nos momentos difíceis e de lutas. Pensem nisto queridos(as) leitores(as)
Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico – Especialista em DQ