Nos “caminhos” da dependência química
Nos “caminhos” da dependência química
Ninguém começa a usar o álcool e as outras drogas de segunda a segunda, mas as pessoas que nasceram com a predisposição orgânica mais cedo ou mais tarde vai chegar a este ponto se não buscar ajuda.
Precisamos entender que a dependência química, hoje chamada de TUS (Transtorno de Uso de Substancias), não mostra a sua “cara” no início do uso. Como aprendemos nos grupos anônimos, é uma “doença” progressiva.
Assim, é fundamental entendermos as fases do processo de evolução da doença para conseguirmos identificar o mais rápido possível os primeiros sintomas deste mal tão assustador.
Primeira fase: INICIAÇÃO
- Normalmente acontece na adolescência. A primeira experiência com a substancia na maioria dos casos não é prazerosa.. A reação do organismo é rejeitar a substancia;
- O adolescente tende a repetir o uso pela segunda e terceira vez, afinal, seus colegas incentivam e falam “maravilhas” sobre os efeitos prazerosas da droga. É exatamente nestas experimentações iniciais que o sujeito pode ter a famosa “onda” da droga. Todos sentem este prazer da droga, porém, o prazer que o adicto sente é muito maior do que os outros que não são;
- Aqui se instala a dependência psíquica, ou seja, o sujeito tende a repetir a experiência intensa de prazer.
- Segunda fase: EXPERIMENTAÇÃO
- Ao viver a experiência prazerosa da droga, o adolescente passa a querer experimentar outras drogas. Eles vão testando todas as drogas que aparecem.. Nesta fase, o uso ainda é eventual e ocorre apenas em festas, baladas ou algum evento esporádico;
- Com o tempo, ele vai fazendo a escolha sobre a droga de preferência de acordo com a sua personalidade, restringindo o uso a estas substancias (uma ou duas) no máximo;
Terceira fase: USO ABUSIVO
- – Encontrada a substancia de preferência, começam os abusos cada vez mais frequentes. O uso passa a ser introduzido na rotina do dia a dia e os abusos nos finais de semana;
- – Aqui o sujeito passa a comprar a droga como gênero de primeira necessidade. É nesta fase que os familiares e amigos mais próximos começam a preocupar com a relação dele com a droga.
- – As fantasias neste momento são:
“o dia que eu quiser parar eu paro”.
“Reconheço que estou exagerando algumas vezes, agora vou tomar cuidado e voltarei a usar como era antes, socialmente”
“Não sou dependente, eu uso porque eu gosto de usar”.
“Eu trabalho e uso o meu dinheiro, ninguém tem nada com isto”
Quarta fase: USO DOENTIO
- – Aqui se instala a dependência física, ou seja, o organismo não consegue mais funcionar bem sem a droga. Ele não consegue mais viver sem a droga. O corpo exige a droga para funcionar. Ele tem “fome” da droga. Esse fenômeno é conhecido por “crise de abstinência”, diferente do fenômeno da “fissura” que é a mente que está pedindo a droga que também ocorre nas fases anteriores;
- – Ele perdeu a opção de escolha. Virou objeto da droga. É ela que usa ele e não ele que usa ela. Aqui dificilmente ele vai parar sozinho. Ele precisa de ajuda.
Espero que tenha ficado claro este texto. Mais informações visita o nosso site portaldasobriedade.com.br e o nosso canal “portal da sobriedade” do Youtube.
Cláudio M. Nogueira – Psicólogo Clínico – Especialista em DQ e codependência