Um sacrifício de amor
Se tem algo que o codependente faz bem feito é priorizar o adicto. É inacreditável como o codependente conhece tudo sobre o adicto e praticamente nada sobre si. Digo que o codependente é como uma chama recém acessa do fósforo, onde a chama se acende com força total, mas, em questão de tempo vai perdendo sua força, seu brilho, até se apagar de vez. Assim é uma boa parábola para definir a grandeza da doença e o quão impactante ela é.
A doença mata o codependente em vida. O codependente se abdica da sua própria vida, aos poucos se apaga, chega ao ponto de não sonhar, fazer planos ou ter alguns hobbies, sua única motivação de vida é garantir e assegurar a saúde, a vida e conforto do adicto, mas, afinal, até que ponto isso será levado em conta? Até as últimas consequências pois na mente do codependente o importante é o adicto estar bem mesmo que isso lhe custe sua saúde e bem estar. Não importa, todo sacrifício vale a pena!
O codependente acaba sendo totalmente desrespeitoso consigo mesmo, mesmo em sofrimento quando decide procurar algum tipo de ajuda nos grupos de apoio o codependente faz isso no intuito de achar alguma solução mágica que faça o adicto ficar bem e não porque se enxerga como uma pessoa que precisa de ajuda. Quer entender a todo custo a cabeça do adicto, faz questão de se sacrificar porque foi a maneira ao qual aprendeu a provar seu amor e carinho.
O codependente coloca sempre as suas necessidades no bolso para arregaçar as mangas e fazer pelo outro o que não consegue fazer por si mesmo. Ele precisa sempre desempenhar o papel de bonzinho desta história. Não mede esforços para aliviar o fardo, para poupar o adicto das consequências ruins, mesmo que isso custe sua juventude, suas finanças e seu amor próprio.
E não pense que as pessoas a sua volta não tentam abrir os seus olhos para que mude, não pense que as pessoas não desejam ver o codependente explorar seu potencial e se redescobrir como ser único e especial, o que mais tem são amigos e familiares torcendo para que o codependente de certa forma deixa de ser vulnerável e submisso ao outro.
Infelizmente, o codependente tem uma grande resistência em mudar, ele não vê necessidade de gastar suas energias e o seu tempo em prol de si mesmo. Cada segundo de sua vida é dedicado a sua dose diária, dedicado a sua droga de preferência chamada ADICTO.
AUTORIA: Catiani Moncoscki