Drogas K9 – A maconha sintética – parte I
By Cláudio

Drogas K9 – A maconha sintética – parte I

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Nos últimos meses, a “maconha sintética” — também conhecida como K2, K9 ou spice, entre outros nomes — virou uma grande preocupação nacional com o aumento das apreensões pela polícia e do número de usuários em grandes centros urbanos.
Conhecidas pela ciência há pelo menos três décadas, essas substâncias foram inicialmente desenvolvidas e estudadas como tratamentos para várias doenças, como dores crônicas.

Com o tempo, esses produtos foram parar no mercado ilegal e hoje são vendidos por traficantes como um entorpecente bastante potente — e com efeitos que podem ser imprevisíveis.

Mas, afinal, qual o mecanismo de ação das drogas K? A BBC News Brasil ouviu especialistas para entender o “caminho” que essas substâncias fazem pelo corpo e como isso está relacionado a todas as manifestações e efeitos colaterais possíveis desse consumo.

A origem das drogas K

O toxicologista Maurício Yonamine, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), explica que os canabinoides sintéticos são um grupo de novas drogas que tem conquistado um espaço importante no mercado ilícito mundial.
“Para ter ideia, até hoje foram identificados mais de 300 canabinoides sintéticos diferentes por polícias do mundo inteiro”, calcula.
Os canabinoides sintéticos foram então construídos em laboratório para imitar uma estrutura química parecida com a do THC — com pequenos ajustes nas cadeias de carbono, oxigênio, hidrogênio e assim por diante.
Todos esses trabalhos foram fundamentados em estudos realizados a partir dos anos 1960, que descobriram os sistemas endocanabinoides do nosso corpo.

Em resumo, as células que compõem o sistema nervoso no cérebro, na medula e nos nervos periféricos possuem receptores específicos, onde se encaixam algumas moléculas. Esse mecanismo se assemelha mais ou menos ao de uma porta: os receptores são as fechaduras e as moléculas são as chaves. O encontro dessas duas coisas — chave e fechadura; moléculas e receptores — representa o gatilho para uma série de reações que virão na sequência.
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“Usuários das drogas K podem sentir um grande prazer e relaxamento, mas que depois geralmente é seguido por confusão mental, aumento da ansiedade, taquicardia, falta de coordenação motora, psicose e convulsões”, detalha Yonamine.”Existem casos, inclusive, que o desfecho é fatal”, acrescenta o toxicologista.

Continua na próxima edição

Fonte: https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/05/03/maconha-sintetica-quais-os-efeitos-das-drogas-k-no-organismo.ghtml

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  • 21/07/2023
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