A águia e os corvos
By Cláudio

A águia e os corvos

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Era uma vez uma águia que, enquanto voava sobre o campo, viu um peixe na superfície de um rio. Ela mergulhou rapidamente e com muita destreza, conseguiu capturar o peixe, para depois alçar vôo novamente, carregando o peixe no bico. Porém, logo depois, um bando de corvos que estava presenciando a cena, voou em direção à águia, e ela, que normalmente não tinha medo de corvos, se viu rodeada por muitos deles que gritavam ao seu redor chamando ainda mais corvos. A águia tentou fugir, mas os corvos a atacavam com bicadas que a impediam de voar.

Ela se manteve firme e tentou encontrar possíveis saídas, mas nada tinha resultado. Foi então que a águia percebeu que tudo aquilo era porque ela ainda estava carregando o tal peixe no bico. Então ela decidiu optar pelo desapego. Abriu o bico e deixou o peixe cair. Os corvos voaram atrás do peixe e a águia finalmente conseguiu levantar vôo, e voar leve e livremente. Alto. Sem nada para impedi-la. Em paz.

Autor desconhecido

Meu comentário:

Esta história provoca muitas reflexões na gente:
1º) Nem sempre as pessoas que estão atrás da gente estão interessadas na gente, mas, sim, naquilo que podemos oferecer a elas;
2º) Quando deixamos de oferecer o que eles desejam, eles nos abandonam;
3º) O afeto foi deslocado para bens materiais
4º) Às vezes, precisamos desapegar de algo para ter sossego;
5º) Mais vale a tranquilidade do que as posses sem paz;
6º) Precisamos deixar de dar o “peixe” para conhecermos quem verdadeiramente se importa conosco
Na relação tóxica entre familiares codependentes e dependentes químicos é possível perceber isto com muita clareza. O dependente está interessado apenas naquilo que a família pode lhe oferecer para ir de encontro à próxima dose. Se ele escuta o “não” da família entra em crise. Chantagens emocionais, manipulações e até mesmo ameaças e agressões físicas podem ocorrer.
Portanto, é preciso largar o “peixe”, sair da tentativa de controlar os outros e deixar que cada um faça as suas escolhas e assumam suas consequências.

Claudio Martins Nogueira – Psicólogo – Especialista em DQ

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  • 28/06/2023
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