O Afogamento na droga
Quando uma pessoa está morrendo afogada, ela grita pedindo socorro. O Salva-vidas vai em direção a ela. Na maioria das vezes, vão dois e nadando como um “peixe” em pouco tempo eles se aproximam da vítima.
Com preparo físico e controle emocional aguçado. Dominando as técnicas de abordagem da vítima e dos primeiros socorros, os nossos queridos Salva-vidas retiram mais uma pessoa do rio, lagoa ou mar.
O que podemos aprender com este fato?
1 – Para ajudar alguém eu tenho que saber “nadar”;
2 – Para ajudar alguém eu tenho que estar preparado fisicamente e emocionalmente;
3 – Para ajudar alguém eu preciso dominar as técnicas necessárias para o salvamento;
4 – Para ajudar alguém eu tenho que estar disponível;
5 – Para ajudar alguém eu preciso primeiro me ajudar e me preparar antes;
Infelizmente, em se tratando da dependência química aparece muita gente de boa vontade para ajudar, mas estão mais doentes do que o próprio dependente. O “Salva-vidas está morrendo afogado”.
Os codependentes “salva vidas” não sabem nadar, não estão preparados fisicamente e emocionalmente, não conhece as técnicas de salvamento e na maioria das vezes não estão disponíveis para ajudar e, quando ajudam, ajudam de maneira errada morrendo afogado com o dependente.
Os codependentes costumam chamar “Salva-vidas” que não sabem nadar, quando não assumem o próprio lugar de “salva-vidas”, mesmo estando totalmente despreparado para tal.
A analogia parece que está clara. Para ajudar precisamos buscar ajuda com quem sabe nadar e domina as técnicas de salvamento. Não adianta terceirizar o tratamento para o médico, o psicólogo e o grupo de apoio ou uma Comunidade ou Clínica Terapêutica.
No “afogamento” da droga, a família também está morrendo “afogada” na codependência. Como a maioria das vezes os familiares não possuem uma dependência química tão acentuada, eles são fundamentais para o “salvamento” do adicto. Além de participarem da rotina do lar, os familiares tem algo que nenhum profissional possui: A afetividade.
Como a dependência química tem um “pano-de-fundo” afetivo, a família dominando as técnicas de salvamento, terá todas as condições de contribuir de forma efetiva no processo de recuperação do seu ente querido, além é claro, de passar a ter uma melhor qualidade de vida.
Portanto, meus queridos familiares, procurem ajuda primeiro para vocês. Se fortaleçam. Entrem na academia de treinamento de “Salva-vidas” e fique atento. Uma hora, seu ente querido vai gritar pedindo socorro. Espere ele gritar e esteja preparado para ajudar na hora certa e da maneira correta.
No “afogamento na droga” o adicto muitas vezes precisa do acompanhamento profissional além do suporte familiar. Os grupos de apoio e a espiritualidade também são fundamentais para ele não se aventurar mais uma vez no “mar das drogas” e correr o risco de se afogar novamente.
Claudio Martins Nogueira – Psicólogo – Especialista em dq