Fentanil: mais uma ameaça a vida
By Cláudio

Fentanil: mais uma ameaça a vida

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Fentanil é um opioide sintético 50 vezes mais potente do que a heroína e cerca de cem vezes mais potente do que a morfina.
Administrado por via oral ou intravenosa, sua ação é rápida, bem como rápida é sua eliminação do organismo, propriedades farmacológicas que justificam seu emprego em anestesia, especialmente em procedimentos pouco invasivos. É possível que você, leitor, já tenha recebido esse medicamento numa endoscopia ou na correção de uma fratura óssea, sem saber. Os anestesistas consideram o fentanil bastante seguro, desde que administrado por mãos experientes.

O risco é o seu uso indevido, porque a margem de segurança é estreita: doses de até 2 mg podem provocar paradas respiratórias fatais.
Quanto mais curto o intervalo entre a administração de uma droga psicoativa e a sensação de prazer provocada por ela, maior o risco de dependência química. É o que explica o sucesso da nicotina: a fissura acaba em segundos já na primeira tragada. Pela mesma razão, fumar crack é mais compulsivo do que cheirar cocaína.

O que faz do fentanil uma droga de uso compulsivo é o prazer quase imediato que ele traz, seguido de sua excreção rápida. O que o torna muito perigoso são as mortes por overdose em segundos ou minutos após a administração. Na comparação, os óbitos por overdose de outros opioides, como heroína ou oxicodona, levam minutos ou horas para acontecer.

Nesse cenário, o exemplo dos Estados Unidos, o país que mais consome drogas ilícitas, é trágico: as mortes por overdose de drogas sintéticas aumentam a cada ano. Entre 2019 e 2020, o número duplicou. Em 2021, foram 107 mil casos, dos quais 70 mil associados a opioides sintéticos – destes, 2/3 provocadas pelo fentanil.

Antes de uso restrito a adolescentes e jovens, o fentanil não tardou a chegar aos adultos. No período de 2020 a 2021, o consumo na faixa etária de 65 anos ou mais aumentou 28%.

É droga fácil de sintetizar, a maior parte da produção vem de pequenos laboratórios na China, por um preço bem menor do que o da heroína. A margem de lucro é astronômica. Os cartéis mexicanos compram o quilo na China por U$ 5 mil, quantidade que rende em média 20 quilos depois de batizada. Ao atravessar a fronteira americana, o quilo passa a valer U$ 80 mil.

Os números das apreensões feitas pelo DEA, dos Estados Unidos, refletem essa facilidade. Em outubro de 2022, na Califórnia, foram apreendidos 24 quilos de fentanil em pó, quantidade suficiente para prensar 2,5 mil comprimidos. Neste ano, o DEA já apreendeu 4,5 toneladas de fentanil em pó e 50,6 milhões de comprimidos, quantidade suficiente para exterminar a população americana.

Acrescentar fentanil a medicamentos vendidos clandestinamente pela internet, com os nomes de Percocet, OxyContin, Ritalina, Xanax, Adderal, Ecstazy e outros, virou prática corrente entre os traficantes, com a finalidade de potencializar o efeito psicoativo e/ou analgésico e criar dependência. Numa ação do DEA, foram apreendidos 20,4 milhões desses comprimidos falsificados, de aparência igual à dos verdadeiros. Encontraram doses letais de fentanil em 4 de cada 10 comprimidos analisados.

Segundo o DEA, cerca de 75% da cocaína hoje vendida nos Estados Unidos contém fentanil. Ele está por trás de muitas mortes catalogadas como “overdose de cocaína”.

Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/mortes-por-fentanil-estao-as-portas-das-casas-brasileiras/

Meu comentário:
Infelizmente, o fentanil já foi encontrado misturado em outras drogas no Brasil. Todo cuidado é pouco.
Cláudio M. Nogueira – Psicólogo – Especialista em dq

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  • 16/06/2023
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