“Pai, faz um pix para mim”
O Pix, um modo de transferências e pagamentos instantâneos, é mais um recurso tecnológico que chegou para facilitar a nossa vida, porém, para muitos familiares isso está se tornando um tormento. Muitos filhos estão achando que seus pais são bancos e a qualquer hora, do dia ou da noite, enviam mais uma mensagem, solicitando mais uma transferência.
Para piorar ainda mais a situação encontramos pais e mães com gigantescas dificuldades para se posicionarem diante das insistentes investidas dos filhos, como se fossem obrigados a atenderem prontamente cada novo pedido.
Para os familiares que convivem com um dependente químico em casa, o Pix está se tornando um verdadeiro pesadelo. Devemos sempre lembrar que uma pessoa dependente de qualquer substância não costuma possuir limite algum. Em geral, é manipulador e chantagista e se os pais não forem capazes de estabelecer parâmetros, podem se preparar para o colapso total de todos os seus recursos financeiros.
A tecnologia é nova e é urgente que os pais se adequem, fazendo uso adequado desse recurso, criando regras claras, definindo limites para os filhos, sem precisar arranjar desculpas ou mentiras para não atender as suas crescentes exigências.
Não vejo muita saída para lidarmos com esse desafio. Ou a família aprende a se posicionar, estabelecendo os seus limites com firmeza e coragem, e assim, podem continuar usufruindo dessa facilidade, ou é melhor abrir mão da modernidade antes que o barco afunde de vez, com a mesma velocidade com que fazemos mais uma transferência via PIX.
Celso Garrefa – www.aesertaozinho.blogspot.com.br
Assoc. AE de Sertãozinho SP