Facilitação
Como foi difícil entender o que era facilitação e perceber que ao invés de estar ajudando o adicto eu favorecia que ele continuasse usando drogas.
Era o que eu fazia ao emprestar-lhe o carro, cobrir seus cheques, repor as coisas que perdia, quando dava desculpas pelo que fazia de errado ou patrocinava suas baladas.
Eu pensava que sendo “boazinha”, estando por perto “ajudando”, tudo voltaria ao normal.
Foi o programa e os companheiros do Grupo que me abriram os olhos! Como foi bom aprender que facilitar também era fazer coisas da responsabilidade do adicto.
Não importava o motivo: evitar brigas, impedi-lo de se drogar, deixá-lo mais feliz, buscando harmonia no lar ou até por amor.
Eu precisava mudar e as mudanças aconteceram: tranquei os valores da casa, cheques, cartões de crédito, chave do carro, tudo muito bem cuidado. Desculpas, mentir por ele – não mais. Nada de assumir suas responsabilidades como consertar o carro, dar dinheiro, pagar contas e advogados.
Compreendi que facilitar, eventualmente, ajudava a adiar a crise e se continuasse a resolver os seus problemas ele jamais teria motivos para buscar sua recuperação.
Reflexão de Hoje
Rogo ao Poder Superior que me oriente para que eu possa distinguir entre ajuda e facilitação.
Que eu pare para pensar antes de tomar atitudes facilitadoras das quais venha a me arrepender depois. Hoje, nas reuniões, tenho uma fonte inesgotável de orientação.
“Preciso aprender a dar àqueles a quem amo o direito de cometer seus próprios erros e de reconhecê-los como somente seus.”
Do livro: Ala-non – Coragem para Mudar