O Poder da família – parte 05… e aí vem os filhos…
Dando continuidade as reflexões sobre a família, o autor nos propõe uma definição muito interessante sobre a dinâmica famíliar:
“A família é uma unidade social que enfrenta uma série de tarefas evolutivas. Cada novo estágio de desenvolvimento exige uma mudança na organização da família. Uma das chaves para uma existência vem sucedida é reconhecer a necessidade de reorganização e ter flexibilidade para fazê-la. A flexibilidade capacita a família a se adaptar à mudança das circunstâncias.”
Baseado nisto, é possível concluir que a família deve ser atenta a essas mudanças de todos os seus membros. Todas essas tarefas de adaptação fazem parte do processo evolutivo daquela organização social. Uma saída importante para que a família possa passar por esse processo de maneira saudável é reconhecer que sempre será preciso reorganizar e ter flexibilidade para fazer estas adaptações necessárias de acordo com as circunstâncias envolvidas.
O autor trás uma afirmação complexa e profunda:
“A pessoa mais infeliz é a que tem maior possibilidade de mudar a família.”
Isto fica evidenciado com a experiência de um dependente químico na família. Sobre este aspecto, o adicto tira a família da sua zona de acomodação e apresenta a ela uma nova realidade. A dor e a infelicidade do sujeito afeta todos os membros da família que, para se adaptar a este contexto, vai precisar de ir em busca de ajuda.
Estas mudanças impostas pelo “infeliz” da família vão romper os hábitos de anos daquele núcleo familiar e, por esta crise instalada, todos os envolvidos devem repensar suas ações e ir em busca de novos hábitos. É neste momento que a família se depara com este impasse descrito pelo autor:
“Todo comportamento humano está sujeito ao hábito. Toda ação repetida transforma-se num padrão, que depois pode ser reproduzido sem esforço transformando num modo inquestionável de proceder”.
O processo de tratamento (grupos de apoio, grupos terapêuticos, psicoterapia, leituras, vídeos, etc) são oportunidades de mudar o comportamento pessoal e familiar. Para esse comportamento se tornar um hábito, ele precisa ser repetido várias vezes até se tornar um padrão que se reproduzirá automaticamente sem muito esforço, readaptando a família a essa nova realidade.
Continua na próxima edição
Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico – Especialista em DQ
Obs.: Texto baseado no livro: O poder da família – A dinâmica das relações familiares
Autor: Michael Nichols – Edição esgotada no Brasil