Quem fala o que quer, ouve o que não quer
Este ditado nos convida a pensar antes de falar. Já dizia um grande mestre: “Só devo falar se minha fala for mais importante do que o silêncio. Muitas pessoas acreditam que ser sincero é ser impulsivo e falar tudo aquilo que vem à cabeça nos momentos de conflito. Na maioria dos casos, o arrependimento é certeiro e, corrigir o desastre é quase impossível porque, afinal, podem deixar cicatrizes ou mesmo feridas abertas para o resto da vida.
A vida é como uma bola que você joga na parede. Ela sempre volta para você. Assim, quando você fala o que bem entender sem se preocupar se vai ou não ferir o outro, você vai com certeza ouvir coisas que não gostaria. Com sabedoria em poucas palavras, este ditado nos convida a introduzir a reflexão sobre os possíveis efeitos negativos das nossas falas.
O processo primário do funcionamento psíquico é aquele dos bebês e das crianças. Entre o sentir e o falar não tem o pensar. Depois da fala vem a ação e suas consequências naturais. Esse processo primário quando invade a idade adulta vai possibilitar aquilo que chamamos de pessoas reativas e imaturas que, como crianças, estão sempre em conflito com os outros.
O processo intermediário deste aparelho psíquico é aquele que é introduzido o pensar entre o sentir e o falar/agir. Neste nível começamos a sermos mais contidos e pensar 1000 vezes antes de falar. Engolimos o famoso “sapo” em vários momentos porque sabemos que se falarmos o que estamos sentindo podemos ter consequências graves que não necessariamente podem ser limitadas em apenas ouvir algo indesejado.
O processo de amadurecimento psíquico nos convida a sentir, depois a pensar sobre este sentimento e finalmente a falar e agir. Após todo o processo, a pessoa madura vai ainda refletir sobre todas estas etapas e aprender com elas, criando os alicerces necessários para um processo cada vez mais equilibrado. Isto que nós chamamos de sabedoria.
Vale a pena tentar.
Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico – Especialista em DQ