Como ajudar alguém?
O que a costumava acreditar ser ajuda era, na verdade interferência e facilitação. Hoje quando penso em ajudar alguém, primeiro paro e penso:
✅ Por que estou ajudando?
✅ A quem estou ajudando?
✅Estou realmente ajudando?
✅Pediram minha ajuda?
Hoje sei que quando me sinto ressentida, ou quando espero uma mudança como resultado de minha ajuda, isso é FACILITAÇÃO.
Meu comentário:
Uma máxima que sempre repito nos grupos de apoio, nos meus vídeos e lives e nos atendimentos nos Grupos Terapêuticos e no consultório é: “Um dependente químico na ativa você ajuda não ajudando”. Assim, a primeira pergunta “por que estou ajudando?” é fundamental para selecionar o real motivo que estamos ajudando. Ás vezes, o motivo pode ser um sentimento de culpa que nós temos, outras vezes é por não acreditarmos no potencial do outro e não raras vezes é uma mistura de tudo isto.
Na segunda pergunta “A quem estou ajudando?” temos que definir a idade, a história de vida deste sujeito, o que ele já realizou ao longo da vida e se com estas respostas é possível perceber que estou subestimando a capacidade desta pessoa. Será que ela realmente precisa desta ajuda?
Na terceira pergunta: “Estou realmente ajudando?” Neste momento é fundamental percebermos se o outro não está acomodado, transferindo para nós suas responsabilidades e consequências. Muitas vezes não estamos ajudando quando ajudamos. Se continuarmos carregando no colo os dependentes eles jamais aprenderão a caminhar com suas próprias pernas.
Na última pergunta: “Eles pediram ajuda?” Todas as vezes que estamos oferecendo ajuda para o dependente sem o mesmo pedir ajuda ele vai ver isto como intromissão da nossa parte na vida dele. Tratar de nós, nos fortalecermos para dizer sim para nós e não para o dependente vai gerar uma crise que, administrada no grupo, pode levar o dependente ao pedido de ajuda.
Assim, ajudar não é facilitar a vida do dependente, mas sim, dar a oportunidade para o mesmo fazer suas escolhas e arcar com as consequências das mesmas. Quando ele pedir ajuda, devemos estar preparados para conduzi-lo ao melhor tratamento.
Cláudio Martins Nogueira -Psicólogo Clínico – Especialista em D.Q