O Ranário
By Cláudio

O Ranário

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Certa vez, meu querido irmão Nivaldo chegou na casa da minha mãe decidida a visitar um Ramário. De Montes Claros, ele descobriu que aqui em BH tinha um ramário (criatório e frigorífico de rã). Como a maioria dos dependentes, Nivaldo sempre vinha com algo “fora da curva”. Costumo brincar que se você ouvir por cinco minutos um adicto você vira sócio dele. Nivaldo estava todo entusiasmado com o comércio de rãs e que, em pouco tempo ia ficar milionário.

Me lembro que meu cunhado que é veterinário estava também na casa da minha mãe e, na tentativa de ajudar meu irmão, deu uma aula sobre como é o comércio, a criação, a burocracia, as dificuldades na exportação desta carne, já que no Brasil praticamente não existe o consumo de rãs.

Nivaldo e eu escutamos aquela bela aula. Meu cunhado me convenceu da inviabilidade daquele negócio para meu irmão. Acreditava que Nivaldo também tinha tido o mesmo entendimento que eu estava tendo. Ledo engano. Ao término da exposição de um técnico, Nivaldo me surpreendeu com esta fala: “Eu entendi, mas de todo jeito vou lá conhecer de perto isto”.

Logo em seguida, ele pegou o ônibus e foi de Contagem até Ibirité para conhecer melhor este tão desejado negócio. A tardinha Nivaldo chega relatando para mim o que ele viu. Ficou impressionado. O mau cheiro que provocou vômitos o tempo todo da visita, a comprovação de tudo que meu cunhado falou. Não conseguiu ver tudo e aí sim voltou convencido que aquele negócio não dava para ele.

Depois de tantos anos, ao fazer um atendimento no meu consultório, esta história veio a tona com a seguinte conclusão:

“Só existe uma maneira de convencer um dependente químico: Deixar ele sofrer as consequências de suas escolhas”

Por causa disto que devemos diminuir a falação e aumentar nossa ação.

Cláudio Martins Nogueira -Psicólogo Clinico – Especialista em DQ

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  • 08/12/2022
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