Manda quem pode, obedece quem tem juízo

Este ditado provavelmente deve ter surgido durante o período militar. À primeira impressão ele soa como autoritário e antidemocrático. Está é uma leitura possível de ser feita, porém, neste texto vamos refletir sobre ele por um prisma diferente: o dá hierarquia.
Todas as organizações possuem como a razão de ser das mesmas um objetivo em comum, ou seja, uma finalidade. Para organizar um grupo social ou mesmo algum sistema, faz-se necessário regras, limites, leis e consequências.
O manda quem pode significa aqueles que estão na direção da organização social. Normalmente aqueles que detém o capital ou o conhecimento e que possuem mais experiências ou mesmo a força física.
O princípio da hierarquia é fácil de perceber até mesmo na natureza. Os animais e insetos possuem seus líderes e seus subordinados, tendo como base a força física.
Já na organização humana chamada sociedade encontramos basicamente duas formas de poder: A ditadura baseada na força física ou econômica e a Democracia, baseada nas leis pré-estabelecidas pelos representantes do povo.
Dentro da organização familiar precisamos estabelecer a hierarquia pautada nas regras de convivência familiar, ou seja, nas nossas leis. Quem tem o poder de liderar este processo são os pais ou pessoas que ocupam este lugar. Os filhos podem e devem participar da elaboração destas regras, mas a palavra final é dos pais e demais responsáveis.
Obedeça quem tem juízo são exatamente aqueles que estão subordinados na pirâmide daquela organização. No Estado democrático e de direito são todos os cidadãos subordinados as leis do país. Na família são os filhos e os pais que, ao estabelecer as regras, devem também se submeterem as mesmas.
Aqueles que, por algum motivo, não têm juízo para obedecer às leis estabelecidas, devem sofrer as consequências previstas no pacto organizacional.
Nas ditaduras o poder se impõe através do medo e da ameaça. Na democracia, o poder se instala através da lei aprovada pelos interesses coletivos daquele corpo social.
Democracia sempre em todos os níveis sociais. Pensem nisto!

Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico – Especialista em DQ