“Num sei u qui fazê, só si eu mata” – Parte 02
Um exemplo de reprodução de métodos do passado, ainda muito enraizado no presente, é o uso da agressividade na educação das crianças. Muitos pais não conseguem visualizar nenhuma forma de educação que não seja por meio do uso de palmadas, chineladas, cintas e, por vezes, até agressões capazes de deixar marcas. Essa forma rudimentar de educação nada mais é que a demonstração pura e simples do analfabetismo familiar em relação a métodos educativos. Esse grupo de pais reclama que não podem mais educar porque não podem bater. É óbvio e evidente que os pais podem, devem e precisam educar, mas a nova criança exige novos tipos de abordagem, algo mais funcional, assertivo e adequado para essa geração antenada e questionadora.
Há ainda os pais que se enquadram no grupo dos apáticos em relação às suas responsabilidades como pais. Não esboçam nenhuma ação ou atitude para nortear as condutas dos filhos e vivem transferindo responsabilidades, como se a escola é quem deveria educá-los. Para compensar as ausências enchem as crianças de presentes e brinquedos.
Os filhos da atual geração tecnológica já nascem diante da tevê e ganham o primeiro celular ou tablet nos primeiros anos de vida. A educação dessa nova criança exige muito mais empenho e atenção dos pais, principalmente em tempos onde a cada dia crescem ainda mais as armadilhas da vida, como a oferta das drogas, o consumo precoce do álcool, a rebeldia adolescente, as gangues, a criminalidade, a gravidez na adolescência, a violência, etc. Diante dessa nova realidade, se desejamos formar filhos saudáveis em meio a tantas ameaças, precisamos buscar informações e adquirir conhecimentos.
Precisamos acordar. Vivemos um tempo em que não dá mais para assistirmos os filhos crescerem sem que nada façamos, esperando para ver o que acontece, contando com a sorte. Precisamos nos conscientizar da necessidade e da importância de buscarmos capacitação para exercermos com funcionalidade a nossa missão de pais e assim, fazermos dessa tarefa, não um pesadelo, mas algo agradável e prazeroso, cientes de que nossos filhos são nossa responsabilidade e sua educação é nosso dever.
Celso Garrefa – www.aesertaozinho.blogspot.com.br
Assoc. AE de Sertãozinho SP