“Num sei u qui fazê, só si eu mata” – Parte 01
Certa vez, em visita a uma escola da nossa cidade, uma professora me mostrou o caderno de um aluno do quarto ano. Como ele apresentava vários problemas na sala de aula e a mãe não comparecia a nenhuma reunião, ela decidiu escrever um bilhete no próprio caderno do menino, endereçado à sua responsável: “Mãe, precisamos da sua ajuda em relação ao seu filho. Ele não está fazendo as tarefas de casa, briga com os colegas de classe, não se interessa pelas matérias e não respeita os professores”. No dia seguinte ele retornou trazendo a resposta da mãe, escrita à lápis com a ponta grossa: “Num sei u qui fazê, só si eu matá”.
Essa mãe, em sua simplicidade e pouco estudo, demonstrado pela dificuldade na escrita, evidenciou uma realidade presente desde as classes mais desfavorecidas até em famílias de padrão elevado, que é o desafio de educar filhos da atual geração. Muitos pais e mães possuem acesso a muitas informações, escolaridade de nível superior, alguns exercem cargos de chefia ou supervisão de pessoas, no entanto, em se tratando da educação dos filhos, sentem-se como a mãe desse aluno, ou seja, perdida e sem saber que rumo tomar.
Como não existem escolas para formação de pais e os filhos não chegam com manuais de instrução, cada um se vira como pode. Entre as técnicas mais utilizadas há aqueles que reproduzem a educação recebida dos pais, porém, precisamos compreender que a criança de hoje não é a criança que fomos há vinte ou trinta anos. O mundo mudou muito e os pequenos sofreram os reflexos dessas mudanças.
A educação da atual geração exige uma adaptação às novas realidades, eliminando velhos discursos – no meu tempo era assim – esse tempo ficou no passado, não existe mais. O que funcionou naquele naquela época, pode não funcionar mediante as novas realidades de hoje.
Continua na próxima edição
Celso Garrefa – www.aesertaozinho.blogspot.com.br
Assoc. AE de Sertãozinho SP