Faculdade: Uns sairão formados, outros alcoólicos
Entrar para a faculdade é o sonho de muitos jovens e também de pais e mães que desejam ver um filho formado. A universidade é um período de vida decisivo, de preparação para um futuro promissor, mas também não deixa de ser um momento perigoso, tendo em vista que é uma época onde a oferta do álcool é marcante.
Com o ingresso na faculdade, em muitos casos, ocorre um certo desligamento do convívio familiar, sobretudo, entre aqueles que se alojam em repúblicas para estudantes. O convívio com outros jovens, longe da supervisão dos pais, proporciona a esses alunos a liberdade para fazerem suas próprias escolhas, sem repreensões.
Em muitos casos a entrada para a faculdade costuma ser comemorada com excessivo consumo de bebidas alcoólicas. Um hábito que pode se prolongar durante todo o curso, nas festas com a turma, onde é comum uma prática perigosa, que são as competições entre estudantes para medir quem consome maior quantidade do álcool. Brincadeira que já resultou em morte de universitários.
A pressão exercida pela turma é também um fator que incentiva o hábito de beber. O jovem não deseja sentir-se excluído e para fazer parte do grupo, o consumo de bebidas é praticamente uma regra. Algumas repúblicas de estudantes, inclusive, não aceitam, em sua composição, alunos que sejam abstêmios.
O alcoolismo, reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma doença, se desenvolve ao longo do tempo, através do uso frequente e prolongado do hábito de beber. O desenvolvimento da doença não está sob o controle do bebedor. É engano acreditar que o sujeito é fraco para bebida, por isso tornou-se alcoólatra. Todos os jovens estudantes que consomem esses produtos correm riscos, que aumentam de acordo com o volume e frequência desse hábito.
Além do risco de desenvolverem o alcoolismo, outro fator preocupante é uma modalidade de consumo, muito frequente entre os universitários, conhecida como beber em binge, ou seja, o consumo de grande quantidade de álcool em curto espaço de tempo. Nesse caso, mesmo não havendo, ainda, desenvolvido a doença, esse consumo apresenta riscos iminentes, como um coma alcoólico, envolvimento em brigas por motivos banais ou mesmo provocar acidentes na condução de um veículo sob efeito de bebidas.
Por isso, todo cuidado é pouco. O consumo abusivo de substâncias alcoólicas, tão comum entre universitários, pode transformar sonhos em pesadelos e, ao invés de finalizarem os estudos como profissionais qualificados, podem deixar a faculdade como meros doentes alcoolistas. Tudo é uma questão de escolha e consciência.
Celso Garrefa
Sertãozinho SP