Ensinar o Pai Nosso ao vigário
Outro ditado nascido das tradições católicas. De maneira simples e objetiva ele nos convida a olhar para o nosso orgulho e a humildade. Muitas pessoas, mesmo desprovidas de conhecimentos adequados, por causa do orgulho, tendem a se manifestar como os donos da verdade. Recusam qualquer tipo de argumentos contrários. Só existe uma maneira de pensar o mundo: a dele.
Não raro encontramos pessoas indo ao médico, ao dentista, ao psicólogo e saem da mesma maneira. Todos os profissionais para eles não sabem nada. Ele sim, é o portador da sabedoria e da experiência de vida.
Sem nenhuma modéstia ele quer ensinar o Pai-Nosso ao vigário, ou seja, apesar do Padre rezar o Pai-Nosso a anos, a soberba é tão grande que sua interpretação sobre o mesmo que é a correta. Ele ousa dizer que o vigário não sabe nada, nem mesmo o Pai-Nosso.
Da mesma maneira, os familiares e dependentes químicos que buscam ajuda nos grupos de apoio possuem dificuldades de aceitar uma nova concepção do velho problema. Resistentes às mudanças necessárias, muitas pessoas se afastam do tratamento e continuam a sofrer com a evolução da doença.
Precisamos aceitar que da nossa maneira não está acontecendo resultados positivos. A humildade de aceitar esta realidade é fundamental para que se inicie um processo de tratamento.
O segundo passo é acreditar na nova proposta de se posicionar diante do mesmo problema. Questionar sim, não para se opor, mas sim, para entender e conhecer os princípios que norteiam a filosofia. Acreditar nos profissionais e voluntários que a muitos anos atuam nesta área e que sabem “o Pai-Nosso” melhor do que você.
O terceiro passo é perseverar e se dedicar aos estudos, à participação de várias reuniões. Só assim será possível o processo evolutivo do tratamento e a solução do problema.
Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico – Especialista em DQ