Quem avisa amigo é
Este ditado é famoso. Nós o ouvimos muitas vezes dos nossos pais e avós. Também não é raro escutar dos nossos verdadeiros amigos. Mas apesar disto, infelizmente, por causa do nosso orgulho, arrogância e talvez pela nossa imaturidade, não conseguimos escutar os nossos verdadeiros amigos.
Quantas vezes nós já fomos alertados por escolhas erradas que estávamos fazendo e não levamos isto a sério. Em várias situações achamos até que estes amigos são intrometidos e que eles não têm nada com isto. Continuamos com a nossa teimosia e lá na frente conseguimos entender com este amigo era sábio e nós não demos o devido valor para suas palavras.
Exemplo clássico disto é quando os pais e demais familiares alertam o adolescente e jovem sobre o uso do álcool e das outras drogas. Na onipotência juvenil, o jovem acredita que sabe o que esta fazendo e que, seus familiares são preconceituosos e atrasados. O alerta soa no deserto da indiferença deles pelas palavras dos seus familiares.
Ao longo do uso, muitos vão desenvolvendo a dependência química e chegam na idade adulta com verdadeiras tragédias acumuladas ao longo da sua vida. Certa vez escutei de um jovem de 30 anos na fazenda de Caná: “Eu trocaria mil dias do meu futuro por um dia do meu passado: O dia que usei as drogas pela primeira vez”.
Os colegas de “gandaia” não são seus amigos. Eles estão apenas aproveitando um momento de diversão e lazer. Os “chegados” raramente chegam quando o dependente foi preso, foi internado em um hospital ou numa Comunidade Terapêutica. Nas dificuldades financeiras a maioria deles se afastam e o sentimento do dependente químico é a solidão e o abandono.
O que lhes restam são os “chatos” dos familiares, companheiros dos grupos de ajuda mútua, os profissionais de saúde e as instituições de tratamento da dependência química.
Escute seus verdadeiros amigos. Está é uma fórmula eficaz para evitar muita dor de cabeça ao longo de sua vida.
Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico