Antes tarde do que nunca
By Cláudio

Antes tarde do que nunca

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É muito comum a gente escutar esta frase nos grupos de apoio e nos consultórios de psicologia. Da mesma maneira, estou cansado de ouvi-la na dos dependentes químicos em tratamento na Fazenda de Caná.

A família e o dependente químico costumam demorar muito buscar ajuda. Alguns casos com o da minha família, demoramos trinta anos para chegar num grupo de apoio. Meu irmão Nivaldo, junto com todos os familiares, ficamos todo esse tempo negando o problema ou buscando soluções mágicas que só agravaram ainda mais a situação.

Infelizmente, até hoje, esta demora de buscar o tratamento ainda é recorrente. No nosso tempo poderíamos justificar por falta de informações. Hoje isto não acontece mais. Com um simples click no computador ou celular nós temos acesso a dezenas de orientações, conteúdo de ótima qualidade e de maneira gratuita para todos os envolvidos.

Assim, nos dias de hoje, a família e o dependente não se tratam por negar a doença, pelo orgulho e vergonha, por comodismo ou mesmo por descrença no tratamento. Temos excelentes profissionais oferecendo muito conteúdo gratuito pela internet. Infelizmente, o processo de alienação que vivemos, preferimos “jogar conversa fora nas redes sociais” ou mesmo acessar coisas que não engrandece nosso conhecimento.

Depois de muito sofrimento, muitas perdas, físicas, econômicas, emocionais e sociais, tomamos a iniciativa de buscar ajuda. Depois de algumas sessões e reuniões, para aqueles que aderirem ao tratamento, este ditado é quase inevitável: “Antes tarde do que nunca”.

Algumas famílias e dependentes, mesmo conhecendo o caminho do tratamento, ainda recusam o caminhar, voltando na maioria das vezes quando a situação se torna insuportável.

Costumo falar nas reuniões a seguinte frase: “Se você sobreviveu ao adoecimento, vai se sair muito bem no tratamento”. Outra frase que gosto muito de minha autoria: “Todo mundo tem seu tempo, mas todos tem pouco tempo”. Afinal, na maioria dos casos, quando buscamos ajuda a situação já está muito grave. Não podemos deixar para amanhã. Não adie mais o seu tratamento.

Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico

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  • 07/04/2021
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