“Um elefante” na sala
Na live do dia 02 de fevereiro de 2021 no nosso canal do youtube Criartvida, eu tive a oportunidade de entrevistar o psicoterapeuta, especialista em dependência química e autor do livro “o elefante na sala – Família e dependência química”, o Dr. Paulo Campos de São Paulo.
Eu comecei o nosso bate-papo questionando que “elefante” é este que ele menciona. De maneira resumida, o Paulo me respondeu assim:
– A analogia do elefante na sala é uma maneira bem simples e completa de exemplificar uma situação que incomoda a todos e nós não sabemos o que fazer com ela. De maneira mais específica, o problema da dependência química na família é um elefante na sala. O dependente químico gera problemas e a família fica “cheia de dedos” com este elefante. Ela não sabe se esse “elefante” é feroz, violento, agressivo, se machuca, se ele é carinhoso, se ele pode jogar a trompa e quebrar tudo sem querer. Na maioria dos casos, as famílias não são treinadas para domar um elefante.
Na oportunidade, eu fiz este comentário para aprofundar esta reflexão:
– Paulo, a família como não sabe o que fazer com este “elefante que incomoda muita gente”, alusão à brincadeira da nossa infância, ela então se adapta a este “elefante”, passando a conviver com este incômodo durante muitos anos sem buscar a ajuda.
De maneira assertiva, o Paulo respondeu:
– No meu livro, eu tenho um capítulo intitulado “erros de amor” que falo da neuroadaptação, da adaptação física e emocional. A dependência química tem várias características, dentre elas ser uma doença contagiante. Assim, a família desenvolve o transtorno da codependência. Esse processo é uma tentativa de conviver com este “elefante”. Com o tempo tende ao fracasso. Alguém precisa romper com este elo de adaptação. Isto é doloroso, semelhante ao processo de luto. Tanto o dependente como o codependente vai ter que passar por este processo. Por isto a sabotagem no processo de recuperação de ambos.
Fiz um questionamento sobre além das dificuldades de romper o processo de negação, a dificuldade de encontrar um tratamento adequado.
Algumas dicas para resolver estas dificuldades foram mencionadas:
– No primeiro momento procure uma indicação de profissionais ou pessoas que estão envolvidas no tratamento especializado. Não faça escolhas apenas por uma consulta na internet. Na maioria das vezes os sites e demais redes sociais vão apresentar apenas uma “moldura” de tratamento. Referências sérias neste momento são fundamentais.
Assista esta live e várias outras no nosso canal no Youtube: Criartvida, o canal da sobriedade. Com certeza você vai adorar.
Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico.