Codependência: O que nos impede de mudar (parte 2)
O que você pode fazer para facilitar suas mudanças?
Na edição anterior refletimos sobre o que nos impede de mudar. Neste texto vamos dar algumas dicas sobre o que podemos fazer para facilitar estas mudanças tão necessárias na nossa vida. Perdemos tempo, dinheiro e muita energia psíquica investindo na mudança do outro. A experiência e a teoria nos mostra que isto é extremamente improdutivo e ineficaz. Com sabedoria, o Amor Exigente afirma: “Nada muda se você não mudar”.
No texto anterior parece que ficou muito claro que os desafios de produzir mudanças em nossas vidas são enormes e que romper a barreira da codependência só será possível com muito esforço e dedicação. Assim vão aqui algumas sugestões:
1 – Psicoterapia: Através dela você poderá revisitar sua história e seus traumas de infância. É uma excelente ferramenta para seu autoconhecimento e para compreender suas atitudes e suas fragilidades emocionais. A psicoterapia pode transformar sua vida, possibilitando uma qualidade de vida muito melhor do que a sua situação atual;
2 – Estudos (literatura, vídeo, cursos, palestras, etc.): O conhecimento técnico é fundamental para entendermos a doença e os passos do tratamento. Hoje temos um vasto material através da internet. Muito conteúdo de ótima qualidade que pode te ajudar muito;
3 – Participar de grupos de apoio e grupos terapêuticos: Através destas ferramentas você passa a desenvolver o espírito de cooperação, de empatia, de solidariedade e vive na prática o tratamento através da sua fala e da escuta. Aprende a ouvir o outro e encontra a experiências dos outros familiares de mais tempo de caminhada. Sempre afirmo com convicção: NADA SUBISTITUI A PARTILHA!
4- Desenvolver sua espiritualidade: A espiritualidade faz parte da história humana. Ela poderá de trazer uma paz e uma certeza que no mundo você não encontra. Se conectar ao Poder Superior alivia seu medo, sua ansiedade e suas preocupações. A fé remove montanhas. Através da oração e da meditação você poderá evoluir espiritualmente;
5 – Praticar o autocuidado: O codependente é um maior abandonado. Ele se anulou diante do seu dependente. Ao longo da sua história ele passou a cuidar do outro e desprezou a si mesmo. Através do autocuidado, o codependente começa a voltar seus holofotes para si mesmo. Aos poucos ele começa a gostar de si e ai não para mais. Desta maneira, ele abre a “avenida” do tratamento para o dependente;
6 – Desligamento emocional: É cortar o “cordão umbilical” emocional com o dependente. Isto não é abandoná-lo. É apenas dar ao outro a oportunidade de aprender com seus próprios erros. Só assim ele vai amadurecer o suficiente para fazer escolhas mais assertivas e saudáveis. Acreditar no potencial do dependente e não nos diagnósticos limitadores é o grande segredo deste desligamento.
Todos os leitores percebem que não existe uma “receita de bolo” para a codependência e para a dependência. Existe sim muito trabalho pela frente.
Cláudio Martins Nogueira- Psicólogo Clínico – Especialista em dependência química.