O agricultor
Já há algum tempo uma analogia paira sobre a minha cabeça. A do agricultor. Estes irmãos dão sempre um exemplo de fé e esperança ao preparar uma terra, plantar suas sementes e cuidar da sua lavoura diariamente jogando adubos, inseticidas, água e mantendo sempre suas plantações longe das tiriricas e do capim que insiste em crescer no meio delas.
Apesar de todo o esforço destes queridos “companheiros do campo”, eles não têm a certeza da colheita. Não tem se vai ter preço competitivo no CEASA, e se vai dar lucro ou não tanto trabalho.
Da mesma maneira são os pais. Esta aventura de ter filhos possui as mesmas incertezas do agricultor. Nunca sabemos ao certo se o que estamos fazendo é o correto. A dúvida paira nas nossas cabeças o tempo todo. Não temos a mínima ideia do resultado deste “plantio”. Se nossos filhos vão dar bons frutos ou não. Mas mesmo com tantas perguntas nos aventuramos a ser pais.
Costumo dizer que ser pais é a maior dádiva que um ser um humano pode ter e, ao mesmo tempo, a maior dor de cabeça. Mesmo filhos rebeldes, violentos, agressivos e ingratos. Mesmo filhos dependentes de drogas e envolvidos com a marginalidade, os pais ainda os amam e temem por perdê-los um dia.
Plantar a semente e cuidar dela. Esperar seu tempo de amadurecimento e acreditar num Poder Superior capaz de nos conduzir nesta grande missão de ser pais da mesma maneira que o agricultor acredita quando lança uma semente no solo.
Fica aí a grande lição dos nossos queridos agricultores.
Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico