Os dez erros do dependente químico
Partindo do pressuposto que todo dependente químico em algum momento sente a necessidade de largar é muito importante que eles tomam consciência de onde eles estão errando para alcançar este objetivo. Dentre vários, é possível destacar estes erros:
1º Erro: Lutar contra a dependência sozinho: Aqui o dependente acredita que ele entrou nesta sozinho e vai ter que sair sozinho. Esta crença não procede porque a grande maioria dos adictos começou a usar drogas em grupo e muitas vezes com incentivo da sociedade, inclusive pela família.
Além disto, o dependente acredita que desta vez ele vai ter mais força de vontade para não usar a próxima dose. Infelizmente, isto dura até o próximo “vamos ali” dos colegas ou mesmo o próximo final de semana.
2º Erro: Subestimar a doença: Esse é comum em todas as fases do desenvolvimento da doença e do processo de tratamento:
- . No início, o adolescente e o jovem, embebidos pela onipotência peculiar da idade, sempre acreditam que são mais fortes do que as drogas e que jamais vão ser dominados por estas substancias.
- – Na fase intermediária, onde o usuário começa a dar os primeiros sinais do uso abusivo, ele sempre acredita que tudo esta sobre controle e que os familiares estão exagerando quando começam a se preocupar. Nesta fase, o dependente tem a certeza que “o dia que eu quiser parar eu paro”. Ou outra afirmativa muito comum: “Não sou dependente, eu consigo trabalhar e estudar e mantenho meu vício”
- – Na fase final da doença, após longos anos de abuso e todos os sinais do problema estão evidentes, o adicto ainda acredita que é mais forte do que a droga. Nega o tratamento até o último suspiro e, mesmo depois de aceita-lo, ainda acredita que só trinta dias de internação já estará bom.
- – Na fase da manutenção da sobriedade, o recuperando subestima a sua doença e começa a negligenciar o tratamento. Na maioria dos casos a recaída será inevitável
3º Erro: Ansiedade para recuperar o tempo perdido em curto espaço de tempo: Após um período de abstinência da droga, o dependente começa a resgatar sua capacidade cognitiva e laboral. O desejo intenso de saldar seus compromissos financeiros pendentes e recuperar os bens materiais perdidos ao longo de tantos anos na ativa são tão intensos que ele não tem mais tempo para o tratamento.
4º Erro – Envolver com pessoas da ativa: O dependente acredita que poderá continuar convivendo com os colegas que ainda estão usando drogas. Infelizmente, isto não funciona.
5º Erro – Voltar aos hábitos antigos: O recuperando simplifica muito a sua doença. Ele possui uma crença que é só evitar a primeira dose. Assim, ele continua frequentando os mesmos lugares, ouvindo as mesmas músicas, assistindo os mesmos filmes e alimenta os mesmos defeitos de caráter da ativa como as mentiras, irresponsabilidades, preguiças, procrastinações e manipulações. Isto também nunca funcionou.
Continua na próxima edição
Cláudio Martins Nogueira – psicólogo clínico