Releitura “Metamorfose ambulante”
Eu não quero ser essa metamorfose ambulante
Prefiro não mudar e ser como antes,
Quero ter as mesmas ideias e objetivos que eu tinha antes
Minha única opinião e a vida que levava sempre adiante
Eu quero ter a mesma convicção que eu tinha antes
Nunca quis ser essa metamorfose ambulante
Mas do que vale hoje, essa vida que eu tinha antes? Antes?
Não ter uma opinião formada sobre tudo
Sobre quem eu sou? Que mundo estou? Para onde vou?
Se já tive vergonha, ela já se apagou
Se antes eu mentia, a pura verdade aqui restou
Eu aceito quem sou
Eu sei quem eu sou
Meu comportamento mudou
Amém, aqui estou!
Que bom que meus objetivos não são como antes,
Que minha vida é completamente diferente da de antes
Sim, eu quero e preciso ser essa metamorfose ambulante
Traumas, riscos, ganhos e experiências importantes
Que me fazem enxergar a minha vida como a junção de vários instantes
E agradecer a Deus por nada ser como antes
Eu aceito e prefiro ser essa metamorfose ambulante
Luís Henrique
Meu comentário:
Não conseguiremos sair da condição que nós estamos hoje se ficarmos presos as nossas crenças e opiniões formadas sobre tudo. O mundo está cada vez mais dinâmico e nós temos que nos adaptar a estas mudanças.
Raul Seixas coloca isto de maneira incrível usando a metáfora da metamorfose ambulante. A transformação do lagarto em uma linda borboleta é muito sugestiva para exemplificar isto. Um movimento de isolamento num casulo. Um processo de reflexão profundo e o manejo doido de suas emoções e sentimentos são necessários.
Além disto, a coragem de ir à busca do novo, o desapego do antigo e o sonho de construir dias mais ensolarados. A decisão de fazer novas escolhas, de mudar os amigos, de buscar ambientes mais saudáveis e se aventurar em busca de um Poder Espiritual muito além da inteligência humana.
O homem “velho”, tradicional e cheio de maus hábitos e vícios ficam batendo à porta. Fica sempre de prontidão esperando uma oportunidade de invadir nossa alma novamente, dominar nossa mente, nossos pensamentos, comportamentos e hábitos. Uma luta diária entre a dor conhecida do passado e a novidade desconhecida do futuro. Não temos outra saída. Para chegar em um novo destino, temos que abandonar o local onde estamos hoje.
O nosso trabalho é esse….ser sempre uma metamorfose ambulante!
Cláudio Martins Nogueira.- Psicólogo clínico