A família também precisa de cuidados
Por que a família do dependente químico também precisa participar das reuniões, se é o filho quem está usando drogas? (Pergunta recebida de uma leitora).
A dependência química não atinge somente aqueles que fazem uso de substâncias entorpecentes, mas também afeta aqueles que convivem com ele.
É comum os familiares chegarem aos grupos mais adoecidos que o próprio dependente. Chegam com o relato que desejam ajudar a pessoa com problemas, mas afetados pela codependência carregam uma mistura de sentimentos e um sofrimento profundo. Sentimento de culpa, vergonha, frustração, medo, tristeza, desespero, etc. o fazem paralisar. Desejam ajudar o outro, mas estão tão fragilizados que não sabem nem por onde começar e as tentativas de ajuda sem orientação, em geral, agravam ainda mais o problema.
São nos grupos de apoio que a família começa a tratar sua codependência, a se livrar da carga de sentimentos que travam seus passos. Nos grupos de apoio os familiares sentem-se acolhidos por pessoas preparadas para orientá-los, sem condenações, sem críticas, sem acusações.
Em um grupo de apoio as famílias são fortalecidas e quando fortes, deixam de ser um alvo de fácil manipulação ou chantagem. Aprendem a lidar com um problema de grande complexidade de forma assertiva e orientada, ampliam sua visão de mundo, potencializam sua capacidade de enfrentamento dos desafios, recuperam a esperança de retomar os rumos de sua vida e a resgatar os rumos daquele que deseja ajudar.
Enfim, a família precisa participar de um grupo de apoio porque ela faz parte do processo de recuperação do dependente químico e, quando enfrentam o desafio juntos, estatisticamente, as possibilidades de sucesso do tratamento aumentam de forma extraordinária.
Texto de Celso Garrefa – Amor Exgiente de Sertãozinho SP