Enfermeira “má”
By Cláudio

Enfermeira “má”

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Imaginem você voltando no dia do nascimento do seu primeiro filho. Toda a expectativa de nove meses de espera. A escolha do enxoval, as dúvidas sobre o nome, os sonhos, a ansiedade de ver aquele rostinho lindo. Você já o amava a partir da notícia  ia ser mãe.

Enfim, passaram nove meses, muitas idas ao médico durante o pre-natal. Muitos enjoos, controle de peso, roupas apertadas, barriga crescendo, chutes e muita emoção. A bolsa rompeu…o desespero para ir para o hospital… a espera do momento crucial. Toda a família explodindo de alegria…seu garoto estava nascendo.

Você entra no trabalho de parto, a equipe dos médicos começam a te ajudar a dar a luz ao seu amado filho. Você ainda sedada escuta o primeiro choro. Um sentimento indescritível toma conta da sua alma. Seu coração dispara e num passe de mágica, após alguns minutos, você se encontra com aquele frágil ser nos seus braços. Naquele momento o mundo acabou para a mãe e para aquele bebê. Só existem vocês dois no mundo. Até o pai por alguns instantes é renegado para o segundo plano.

Sem você perceber porém, uma enfermeira má entra na sala e arranca seu filho dos seus braços e te diz: “Seu filho esta destinado para a adoção…você nunca mais vai vê-lo”.

Sei que você se frustrou da maneira que encerrei esta história. É exatamente este sentimento que o dependente químico tem quando se depara com a realidade cruel de ter que abandonar as drogas. Nós familiares temos que nos preparar para conseguir ser esta enfermeira má retirando dos nossos adictos “seu bebê” tão amado que são as drogas.

Portanto, caríssimos familiares, se preparem para colocar limites e estabelecerem suas consequências. Além disto, temos que nos preparar para ajudar a dar um novo sentido a vida do nosso adicto. Pensem nisto!

Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico

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  • 22/06/2020
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