Não se cozinha arroz com palavras
Achei interessante este ditado. Recentemente tive acesso a ele através do número do whatsapp de um amigo meu. Já tem alguns meses que reflito sobre o conteúdo dele. Sempre que vou para cozinha fazer arroz fico pensando na sabedoria destas palavras e hoje estou tendo a oportunidade de compartilhar estas reflexões com os nossos leitores. Os pontos que eu achei mais significativos são:
1 – Palavras por si só são vazias: Pouca importância tem os discursos sem a prática. Já estamos calejados com políticos, vendedores e muitas pessoas que falam muito bem, são convincentes, portadores de dezenas de diplomas e especializações que, na hora de fazer alguma coisa de concreto não conseguem;
2 – Cuidado com a retórica excessiva: Pessoas que falam muito tem a tendência de fazer pouco. Pessoas que alardeiam sua honestidade normalmente são pessoas desonestas. Pessoas honestas não fazem propaganda de sua honestidade. As vezes a falação possui uma função psíquica de esconder exatamente a sua desonestidade;
3 – A ação é mais importante do que a falação: É preferível você conviver com uma pessoa que cozinha o arroz sem falar do que com aquele que fala que vai cozinhar e não cozinha. Esta lógica nos convida a olhar para as pessoas conforme Jesus Cristo nos ensinou: “Pelos frutos conhecereis a árvore”. Em outras palavras, se você quer conhecer uma pessoa não dê ouvidos apenas as suas falas, mas sim, ao mais importante: as suas obras.
4 – Nem sempre bons oradores são bons profissionais: Qualquer pessoa que fizer um bom curso de oratória e praticar por um tempo esta arte vai se tornar um excelente orador. Discursos que cativam multidões, mas desprovidos de ações coerentes e concretas não vão “cozinhar o arroz”. Existem muitos profissionais, em todas as áreas que possuem um profundo conhecimento da sua especialidade, porém, na prática são péssimos profissionais.
5 – Além de ser técnico, temos que ser humanos: O saber se constrói entre a teoria e a prática. Nesta dialética se constrói a sabedoria. As palavras neste ditado é a teoria e cozinhar o arroz é a prática. A nossa formação técnica não pode ser desconectada da nossa formação humana. Muitas pessoas ficam apenas verbalizando o fazer “o arroz”. Passam anos estudando nos centros acadêmicos e não vivenciam a realidade de colocar o “arroz no fogo para cozinhar”.
Pensem nisto!
Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo clínico