O pior cego é aquele que não quer ver
Em se tratando do ser humano, tudo se torna mais complexo e coisas simples podem tomar uma dimensão assustadora. O ato tão natural como o de enxergar tem suas particularidades de cada sujeito. Exemplo clássico disto são as visões distorcidas que temos do mundo real. Diante de um fato teremos várias versões diferentes. Todos presenciam um fato, mas cada um dá uma interpretação peculiar.
Vários fatores vão interferir na visão. O estado emocional, o interesse pessoal, as habilidades como atenção, inteligência, observação e estímulos do campo visual promovido desde a nossa infância.
Concentrando nossa reflexão apenas nos problemas emocionais, um fenômeno extremamente comum é o da negação do fato. Diante de uma realidade cruel em que é difícil de aceitar, temos a tendência de negar o fato. Enxergar um filho iniciando o uso de drogas costuma ser muito doloroso. Lembro certa vez uma mãe chegou para mim e falou: “Cláudio, tomei maior susto. Fui guardar a roupa limpa do meu filho e quando abri o guarda-roupa, me deparei com um pacote branco. Entrei em pânico e fui questioná-lo já acusando se aquilo ali era dele e se era cocaína. Ele na maior tranquilidade me falou: não, era bicabornato.” Esta mãe ficou aliviada e pegou o dito “bicarbonato” e jogou no vaso. Eu questionei: se você tinha tanta certeza que era bicarbonato porque não o reaproveitou na cozinha?
É óbvio que estávamos diante de uma negação, ou seja, de uma pessoa que enxergava, mas não queria ver. Poderíamos afirmar sem sombra de dúvidas: Uma cegueira emocional.
É preciso romper com esta “cegueira emocional”, pois através dela ficamos paralisados, incapazes de produzir mudanças efetivas para obter resultados diferentes. Pense nisto e tire a “trave dos seus olhos” para enxergar o fato.