Livro: O outro lado da droga Parte 2
Continuação da edição anterior.
Como causas da codependência, podem-se destacar:
a) Necessidades emocionais não preenchidas: todo ser humano necessita ser amado e amar. Se as crianças forem desprovidas de amor, elas vão carregar estas cicatrizes até o fim da vida. Na família funcional, os tanques cheios de amor dos pais abastecem o bebê suprindo essas necessidades. Na família disfuncional codependente, os tanques de amor dos pais estão vazios, não sendo possível, dessa maneira, suprir a fome de amor do bebê. Ele cresce e a carência afetiva também.
b) Infância perdida: em decorrência de abusos contínuos e intensos. Eles podem ser passivos como o desprezo, a rejeição, as ofensas verbais, o bulling, etc., ou ativos como agressões físicas, sexuais etc. Muitos problemas emocionais e comportamentais podem ser resultados destas experiências da primeira infância.
c) Compulsão por arrumar a família disfuncional:
Estas experiências traumáticas da criança diante dessa família disfuncional podem gerar um sentimento de culpa nela mesma. O seu pensamento mágico faz com que ela acredite que não é boa o bastante para seus pais a amarem. Na idade adulta, inconscientemente, ela vai reconstruir seu lar de origem no novo lar, viabilizando a possibilidade de construir uma solução menos dolorosa.
Assim, o codependente se esconde de si mesmo, deslocando seu olhar para o outro dependente na tentativa de controlá-lo, como se fosse “Deus”. O fracasso é inevitável.
Saindo da codependência
1. Conscientização: fazer uma reflexão de como é a minha relação com os outros. Onde estou errando?
O que posso fazer para melhorar?
2. Rendição: reconhecer a sua impotência atual sobre esta situação.
3. Humildade: necessária para buscar ajuda.
4. Renunciar: a sua posição de “Deus” na vida dos outros. Você não vai dar conta de tudo.
5. Agir: ao invés de reagir.
A ação é racional enquanto que a reação é pura emoção, sujeita a trazer arrependimento depois
6. Distanciar-se do problema:
afastamento emocional e às vezes físico do problema para melhor analisar para tomar as decisões corretas.
7. Não cair no jogo da culpa:
Salvador: assumirmos as responsabilidades dos outros.
Vítima: descobrir que somos usados e não reconhecidos.
Perseguidor: ficarmos agressivos com os outros.
8. Viver a sua vida e não a vida dos outros:
afinal, você veio ao mundo para viver sua vida.
9. Independência: financeira e emocional.
Não é saudável se manter numa relação por esses motivos.
10. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo:
participar de um grupo religioso pode ajudá-lo a alcançar isto. Porém, cuidado para não se esquecer de si mesmo.
11. Participe de um grupo de apoio: Allannon, Amor Exigente, Nar-anon, Caná. Tem sempre um bom grupo perto de você.
Procure!
12. Leia bons livros: Já existe uma vasta literatura sobre o tema.
13. Procure ajuda profissional: O processo psicoterápico pode ajudá-lo a colocar em prática todas estas dicas.
A medicação pode ser necessária em casos graves de comprometimento emocional.
Continua na próxima edição do Livro: “O OUTRO LADO DA DROGA”
Cláudio Martins Nogueira
Psicólogo Clínico
Editora Fórum
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