A síndrome do avestruz
By Cláudio

A síndrome do avestruz

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Todos já ouvimos falar que o avestruz enfia a cabeça quando ele esta diante de um perigo. A ideia é que ele acredita por não estar vendo o perigo, ele está protegido.

Esta historia na verdade é uma lenda, pois os avestruzes encostam apenas o pescoço e a cabeça no chão, mas não chegam a metê-la em buracos. Assim, ao pôr a cabeça no chão, o animal escuta melhor a aproximação de algum inimigo. Ao mesmo tempo, arruma uma boa camuflagem, pois deixa à mostra apenas a parte do corpo coberta de penas, o que, de longe, pode parecer um arbusto para um predador.

Apesar disto, é possível nos dias de hoje muitas pessoas se comportando como um avestruz desta lenda, ou seja, diante de uma situação de dificuldades, medo e de perigo, resolvem se esconder em alguma coisa, deixando exposta toda a sua vida.

O processo de alienação é exatamente isto. Dominados por algo que absorve sua atenção ao extremo, o sujeito não precisa pensar nas grandes decisões que a vida nos pressiona para tomar. Enquanto um adolescente fica horas diante de um vídeo games, de uma série netflits, do facebook e do whatssap, ele não precisa pensar na necessidade de procurar um emprego e escolher sua profissão. Estudar para prova fica para depois.

Este mesmo processo nós estamos percebendo em crianças, adultos e até idosos. Pais de famílias que absorvidos pelas redes sociais, negligenciam os cuidados com seus filhos e demais familiares.

Talvez uma forma mais nefasta da manifestação desta síndrome do avestruz é a dependência química e a codependência. Sob o efeito da droga, tudo pode ser adiado. O que importa é a onda, a balada, a curtição. Os compromissos são esquecidos sem nenhuma cerimônia e sem culpa. Da mesma forma, os codependentes negam os problemas diante dos seus olhos. A racionalização e as justificativas são mecanismos de defesa eficiente para não enxergar o óbvio. Desta maneira, ambos vão adiando a decisão de buscar ajuda e, como consequência, a doença vai evoluindo de tal forma que quando buscam ajuda o caos já está instalado. Em muitos casos o tratamento é doloroso e difícil. Alguns a situação se torna irreversível, restando apenas cuidados paliativos.

Diante desta realidade, não adianta “tapar o sol com a peneira”. É preciso sim, fazer como a avestruz real, que fica atenta aos riscos da aproximação do inimigo e utiliza de suas armas para se defender. No nosso caso, buscar ajuda o mais rápido possível, afinal é a saúde da nossa família e da sociedade que está em jogo.

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  • 08/12/2018
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