O banco de Deus
Certa vez, Deus abriu uma conta bancária para o seu filho João. Como João andava muito preocupado com suas contas para pagar e com tantos outros problemas familiares, não abriu o extrato bancário de sua conta. Ele pensou que se tratava de mais uma propaganda enganosa dos bancos.
Assim, ele passou muitos anos da sua vida sofrendo com seus problemas pessoais e muitas privações até mesmo de alimentos. O gerente do banco de Deus sempre tentava comunicar com o João. Mandou seus emissários, tentou falar via telefone, via e-mail, via redes sociais e nada. Utilizou até de amigos do João enviando recados, mas João não acreditava em nada. Cético, ele sempre acreditava que era conversa fiada de banqueiros e que ele era vítima de um sistema injusto.
Mas o dono do banco era insistente, não desistia nunca. Ele chegou ao ponto de mandar um cartão de crédito ilimitado para o João, incluindo seguro de vida, planos de saúde com todos os benefícios, inclusive a promessa de felicidade e de amor eterno. João, com seu orgulho e com a sua falta de fé, jogou fora este cartão, afinal, ele acreditava que sozinho ia sair desta.
Com o tempo, o seu sofrimento foi ficando cada vez maior, suas dívidas fugiram do seu controle e a tristeza, a dor emocional e física começaram a corroer sua alma. Desesperado, resolveu procurar o gerente do banco tão insistente. Quem sabe eles poderiam ajudar com um financiamento em longo prazo para quitar suas dívidas.
João ao escutar todas as promessas do gerente, resolveu pegar só o valor da sua dívida. Mas o gerente insistiu: por que você vai pegar só isto se tem direito a toda a riqueza do nosso banco? Basta você aceitar sua condição de sócio do nosso banco e seguir as nossas regras.
João, como sempre, desconfiado foi embora só com o básico e abriu mão de todas as provisões do Banco de Deus.
Cláudio Martins Nogueira – psicólogo clínico