Cigarro: O assassino
By Cláudio

Cigarro: O assassino

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Pesquisa desenvolvida desde 2012 na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) desvenda o que está por trás desse cigarro que vem do Paraguai: pêlo de animais, terra, areia vestígios de plásticos, restos de insetos, colônias de fungos, ácaros e metais cancerígenos como chumbo, cádmio, níquel, cromo e manganês.

Um dado assustador mostra que algumas marcas contrabandeadas têm quantidade de chumbo 116 superior à encontrada nas que são vendidas legalmente no Brasil. Para quem não sabe, o chumbo é um metal extremamente tóxico relacionado, inclusive, à malformação de fetos. Outro exemplo é a quantidade de nicotina de um cigarro paraguaio ser de dez a 20 vezes superior do produto nacional.

Pela primeira vez, a população brasileira tem informações inéditas de dados quantitativos e valores exatos de agentes de contaminação e metais pesados tóxicos encontrados após análise científica rigorosa. “Se para a saúde já é ruim o cigarro legalizado, esses dados mostram quão mais danosos são os ilegais. Antes desse trabalho, apenas ouvíamos, de forma generalizada, que o produto ilegal era pior. Agora, podemos provar que são mais perigosos”, alerta o coordenador do Grupo de Pesquisa Química Analítica Ambiental e Sanitária (QAAS) da UEPG, Sandro Xavier de Campos.

Na pesquisa, os nomes das marcas não foram divulgados. Mestrando em química aplicada da UEPG, Cleber Pinto da Silva é o autor do trabalho. Ele esclarece que citar os nomes poderia gerar uma comparação entre as marcas avaliadas e o objetivo está longe de ser esse. “O mais importante é o fumante entender que, ao optar por um cigarro paraguaio, ele está se expondo a riscos maiores de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo”, diz. O pesquisador explica que, se o cigarro contrabandeado tem duas vezes mais chumbo comparado às marcas nacionais, significa dizer que o fumante vai absorver mais esse metal. “Quanto mais poluente e mais metal, maior a probabilidade de desenvolver um problema de saúde”, alerta. Segundo ele, as enfermidades relacionadas ao tabagismo – câncer, doenças respiratórias e cardíacas – são as que mais matam no mundo atualmente. “A relação com o câncer de pulmão é de 90%”, afirma.

A pesquisa da UEPG avaliou também as duas marcas nacionais mais vendidas no Brasil para comprovar que elas são “mais seguras” do ponto de vista de rigor na produção. “Qualquer cigarro, tanto nacional quanto paraguaio, faz mal a saúde”, reforça Cleber. O especialista conta que só conseguiu achar um pedaço de plástico, muito pequeno, em apenas um cigarro das marcas brasileiras avaliadas. “A probabilidade é de 99% de achar algum elemento no cigarro paraguaio. A gente encontrou a ponta de um filtro inundada de ácaros, isso vai direto para o pulmão”, alerta.

ENTENDA O IMPACTO NA SAÚDE:

Cromo
A concentração encontrada foi acima de 33 vezes ao relatado em estudos com cigarros comercializados legalmente no Brasil.

Um dos possíveis responsáveis pela causa nas dificuldades na respiração, tosse, formação de úlceras, bronquite crônica, diminuição da função dos pulmões, pneumonia e alguns tipos de câncer.

Chumbo
A concentração deste metal foi superior a 116 vezes ao encontrado, em média, em cigarros vendidos legalmente no Brasil.

É um metal extremamente tóxico e pode afetar cérebro, rins e sistema nervoso. Pesquisas relacionam o aumento nos níveis desse metal com a redução do quociente de inteligência e, recentemente, associaram o chumbo presente no tabaco ao mau desenvolvimento de fetos.

Níquel
A concentração de níquel encontrada é 10 vezes superior aos cigarros legalizados no Brasil.

É um agente altamente genotóxico e podem causar mutações no DNA, alergias de pele, fibrose pulmonar, problemas nos rins e envenenamento do sistema cardiovascular.

Depois desta matéria faço duas perguntas:

1 – Para quem vende o cigarro: sua consciência não pesa de vender isto?
2 – Para quem fuma o cigarro: vai continuar se matando?

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude
Fotos: Universidade Estadual de Ponta Grossa/ divulgação

Adaptação: Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico – Especialista em dependência química.

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  • 19/01/2018
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