O coração dos outros é outro mundo
Sempre minha mãe dizia este ditado. Na sua tentativa desesperada de proteger seus filhos dos perigos que o mundo oferece, ela procurava alertar dos riscos que existem no coração das pessoas. Com o mesmo sentido, o ditado popular “Quem vê cara não vê o coração”, também bastante usado pelos povos antigos, nos dá uma grande lição.
Jesus Cristo, conhecedor profundo da alma humana, coloca isto de uma maneira diferente: “devemos ser mansos como uma pomba e prudentes como uma serpente”. Muito sabiamente alerta aos seus seguidores da importância de estarem sempre precavidos das possíveis ameaças que podem vir de um outro.
Contudo, viver sempre desconfiado e acreditando que todas as pessoas são perigosas e desonestas, seria uma verdadeira prisão emocional. O pânico e o medo dominariam a nossa mente de tal maneira que a paz e a felicidade seriam banidos da nossa vida.
O coração dos outros, ou seja, a vida dos outros, os pensamentos e emoções são propriedades particular de cada sujeito. É um mundo desconhecido do olhar do outro. Porém, é um território de experiências, sonhos, desejos e desilusões, frustrações e lágrimas. Enfim, um campo rico de vivências capazes de encantar o mais rude dos corações.
Kal Rogers, um psicólogo humanista americano, coloca algo de uma profundidade impar: “não tenha medo de conhecer você, porque você vai encontrar uma pessoa maravilhosa”. Eu acrescendo: “Não tenha medo de conhecer o outro, porque você vai encontrar uma pessoa também maravilhosa”.
Conhecer o outro e a si mesmo seria a maior e a mais incrível viagem que podemos fazer? Boa viagem.