As quatro armadilhas da mente – Parte 2
Na edição anterior abordamos as duas primeiras armadilhas, o conformismo que é a “arte” de se acomodar e o coitadismo que é a “arte” de ter compaixão por si mesmo. Neste mês vamos refletir sobre as outras duas armadilhas:
1º) O medo de reconhecer os erros: Por vivermos em uma sociedade que valoriza demasiadamente os “super-heróis” e o sucesso, tentamos de todas as formas negar nossa humanidade, ou seja, nossas imperfeições e nossos erros inevitáveis. Desta maneira, gastamos muita energia na busca de uma perfeição que não existe, esmagando nosso prazer de viver, gerando assim uma neurose que nos leva a baixa autoestima, autopunição e à infelicidade.
Sendo dominado por este medo de reconhecer os próprios erros, temos a tendência de vivermos numa grande mentira que vai aos poucos tirando a liberdade e a alegria de viver. O medo de errar e reconhecer estes erros provoca um sentimento de incapacidade diminuindo assim o poder criativo e produtivo do sujeito.
Muitos pais querem que seus filhos sejam humanos e que assumam seus erros. Mas infelizmente, poucos são os pais que ensinam isto aos filhos, ou seja, eles costumam a agir como verdadeiros seres “supra-humanos”. Dificilmente os pais assumem seus erros diante dos seus filhos.
Assim, é fundamental ensinar as nossas crianças que errar é humano e reconhecer os erros é uma condição essencial para sair da condição de vítimas para resgatar a capacidade do “Eu” como gestor psíquico.
Por mais paradoxal que pareça, assumir esta condição da fragilidade humana nos torna mais forte. Renunciar o papel de um “deus” todo poderoso nos equilibra emocionalmente e produz um sentimento de paz interior eliminando assim a posição do coitadista e conformista.
2 – O medo de correr riscos: Este medo bloqueia a inventibilidade, a liberdade, a ousadia, a criatividade e a inteligência. Os possuidores deste medo não são coitadistas e nem conformistas. Eles querem realizar, mas não possuem a coragem necessária para correr riscos. O ser humano precisa desenvolver o Código do Ânimo, ou seja, entender que a vida é um contrato de risco. A busca de uma suposta segurança limita o potencial humano.
Tomar consciência destes riscos nos dá autoconfiança e por incrível que pareça mais segurança. Ver a vida como um contrato de riscos implode nosso orgulho, esfacela nosso egocentrismo e, ao mesmo tempo, nos une, nos estimula a criar laços e experimentar a difícil arte de depender uns dos outros.
Além de tudo isto esta consciência nos ajuda a superar o medo de ousar novos projetos, ampliando assim nossa capacidade intuitiva e criativa. Como consequência disto, coloca um “tempero” na nossa vida.
É óbvio que este risco deve ser mensurado e planejado. Mas nada é mais gratificante do que se aventurar no desconhecido em busca de soluções não só para os nossos problemas pessoais, mas também para contribuir na solução dos grandes problemas da humanidade.
Portanto, a frase do Lair Ribeiro tem fundamento: “Ouse fazer e o poder lhe será dado” ou mesmo a minha frase: “Não existe conquista sem ousadia e nem vitórias sem lutas”.
Referências Bibliográficas: Livro “O código da inteligência e a excelência emocional” Augusto Cury.