Quando um não quer, dois não brigam
Cresci escutando minha mãe falando este ditado para a gente. Todas as vezes que eu brigava com meus irmãos ou mesmo na rua, o castigo e um “corinho” de leve corriam soltos. Sempre os argumentos que nós usávamos eram: “foi ele que começou”. O semblante da vítima dominava as nossas faces e minha mãe sempre respondia: “quando um não quer, dois não brigam”.
Este ditado é a filosofia da não violência, da paz incondicional e espiritual. Jesus colocava-a em prática o tempo todo: “quando teu inimigo lhe roubar uma túnica, dê-lhe a outra…” se a humanidade entendesse esta profundidade deste ensinamento não teríamos tanto notícias tão ruins pelo mundo. Como vai ocorrer uma briga se uma das partes recusar o embate?
Infelizmente, a nossa realidade é bem diferente deste ideal a ser alcançado. A grande maioria das pessoas ainda é movida pela lei do “olho por olho, dente por dente”. Assim o “ringue” se completa. Com esta lei temos os adversários e inimigos para serem vencidos, derrotados ou mortos.
A natureza humana constrói o mal fora de si, pois desta maneira ele não o enxerga em si mesmo. O outro opositor é o responsável por todas as suas mazelas, tristezas e frustrações. Ele precisa construir um “inimigo” para transferir para ele a responsabilidade do seu fracasso.
Portanto, cada vez se torna necessário ao homem entender que seu maior inimigo não está fora dele, mas sim dentro de si. Fazendo isto destruímos este suposto “inimigo” externo desfazendo assim qualquer tipo de briga.