O camponês e a serpente
Um camponês agricultor, homem simples do campo, caminhava pela sua pequena propriedade numa bucólica manhã de inverno a examinar seu plantio, quando, sobre o chão ainda coberto pela neve da noite anterior, viu uma Serpente que jazia completamente enrijecida e congelada pelo intenso frio.
E embora soubesse o quanto aquela Serpente poderia ser mortal, ainda assim, comovido pelo estado da pobre criatura, pegou-a com cuidado, e com a intenção de aquecê-la e salvar sua vida, colocou-a no bolso do seu casaco.
E em pouco tempo, a Serpente, aquecida naquele confortável ambiente que a protegia do frio, foi recuperando suas forças. Ao sentir-se viva outra vez, colocou a cabeça para fora do bolso do sobretudo daquele homem que lhe salvara a vida e mordeu seu braço. E ao sentir a inesperada picada, o lavrador logo se deu conta da gravidade daquele ferimento. E caindo desfalecido pelo efeito do mortal veneno, sabia que apenas poucos minutos de vida lhe restavam.
E em seu último suspiro, ergueu com dificuldade a cabeça, e disse: “Aprendi com o meu trágico destino, que nunca deveria apiedar-me de alguém que por natureza já nasceu mau…”.
Autor: Site de Dicas, Esopo
Texto Revisado: Maio de 2017
Meu comentário:
Este camponês não levou em consideração a natureza da serpente. Ela não tinha consciência que foi o agricultor que salvou a sua vida. Desprovida do sentimento de gratidão e presa ao seu instinto fez aquilo que era programada, ou seja, picar alguém que estava lhe aprisionando naquele pequeno bolso.
Infelizmente, muitas pessoas costumam ter este tipo de atitude com aqueles que lhe estendam às mãos. Seres humanos que também são desprovidos do sentimento de gratidão e de consideração. Movidos pelo egoísmo e inveja, “picam” literalmente os amigos e companheiros. Jesus Cristo nos alerta em uma passagem bíblica que “devemos ser mansos como uma pomba e prudentes como uma serpente”. Ele foi “picado” pelos judeus e nos mostrou que isto também pode acontecer com todos os nós. Por isto que na sua doutrina o perdão fez parte central dos seus discursos: “Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem…”.